2014-10-02 20:26:20

Boko Haram avança devido a egoísmos e corrupção no país: diz bispo nigeriano


Abuja (RV) - "Que o presumível chefe do Boko Haram esteja vivo ou morto não faz muita diferença, o povo sofre e precisa de ajuda": foi o que disse à agência missionária Misna Dom Oliver Dashe Doeme, bispo de Maiduguri (capital do Estado de Borno), cidade do nordeste da Nigéria, para aonde chegaram mais de quarenta mil deslocados provenientes das terras anexadas do "califado".

Mediante um vídeo publicado nesta quinta-feira, 2 de outubro, Abubakar Shekau desmente a notícia de seu assassinato numa troca de tiros com o exército. Numa mensagem de trinta e seis minutos, o presumível chefe do grupo islamita Boko Haram afirma que nos Estados de Borno e Damawa, conquistados pelos muçulmanos, eles instauraram um califado onde vigora a "xariá" (lei islâmica).

Shekau fora dado por morto pela primeira vez em 2009, e depois no ano passado. Mas os nigerianos acreditam cada vez menos nos anúncios do exército. Foi o que confirmou o bispo, segundo o qual "avançada do Boko Haram é favorecida pelos interesses egoístas e pela corrupção, um problema evidente, basta considerar a desproporção entre as despesas previstas e o equipamento totalmente inadequado dos soldados na linha de frente".

Maiduguri está presidida pelo exército e nas últimas semanas dezenas de milhares de pessoas das cidades adjacentes e dos vilarejos chegaram à capital do Estado de Borno em busca de proteção.

"Boko Haram – ressalta Dom Doeme – controla um território extenso e centros importantes como Gwoza, Madagala e Michika, destruiu as casas, lugares de culto, igrejas".

Mais de quarenta mil deslocados encontram-se em Maiduguri. Os católicos são cerca de mil e, assegura o bispo, "a Igreja assiste a todos independentemente da fé".

Segundo o prelado, um sinal de esperança chegou estes dias da cidade de Adamawa, dos confins orientais do "califado". "Milhares de habitantes da cidade de Mubi que se haviam refugiado em Yola conseguiram voltar para suas casas graças a uma contra-ofensiva do exército". (RL)







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