2014-09-30 14:44:31

Hong Kong: Cardeal Zen desce às ruas com estudantes


Hong Kong (RV) – Aos 82 anos, o Cardeal Joseph Zen Ze-kiun, bispo emérito de Hong Kong passou a noite passada na rua, unido ao movimento de estudantes. Mais uma vez, o idoso bispo da ex-colônia britânico, que deixou a sua diocese em 2009, manifestou seu apoio explicitamente aos movimentos que lutam pela democracia e os direitos humanos na China.

Os manifestantes começaram a se organizar após o anúncio de que será criado um comitê com membros apontados por Pequim para escolher os candidatos ao governo de Hong Kong nas eleições de 2017. Além disso, a comissão manterá controle sobre os candidatos, oferecendo a possibilidade de apenas dois ou três presidenciáveis para o pleito.

As medidas quebram o acordo feito em 1997, quando a cidade deixou de ser colônia britânica e passou a ser controlada pelo governo chinês. O acordo previa que a cidade teria eleições abertas e sufrágio universal em 20 anos.

Para tentar reverter a situação, estão sendo realizados diversos protestos.

Já em junho passado, o Cardeal Zen promoveu uma marcha de três dias pela metrópole para defender o referendo pela autonomia, convocado pelo movimento Occupy Central. E quando sábado, os estudantes começaram a ocupação pacífica do distrito financeiro da cidade, o purpurado se uniu ao protesto.

“Chegou o momento de mostrar realmente que queremos ser livres e não escravos”, disse, falando aos manifestantes. Na noite de domingo, quando a polícia começou a usar gás lacrimogêneo para dispersar a multidão, o cardeal convidou os estudantes a voltar para casa: “Uma vitória com o sacrifício de vidas humanas não seria uma vitória”, disse, reiterando que a batalha vai continuar, sob outras formas.

O atual cardeal de Hong Kong – Dom John Tong Hon – emitiu um ‘apelo urgente’ convidando ao diálogo as partes. “Exorto o governo da região administrativa especial de Hong Kong a colocar a segurança pessoal dos cidadãos em primeiro lugar na lista das próprias preocupações, exercendo com moderação o uso da força e tentando ouvir a voz das jovens gerações e dos cidadãos de toda a sociedade. Quando há vontade, o caminho existe”, afirma.
(CM)








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