Paquistão: cristão acusado de blasfêmia assassinado na prisão
Islamabad (RV) – O Pastor Zafar Bhatti, há dois anos na prisão sob acusação
de blasfêmia, foi morto por um policial nesta quinta-feira, 25, na prisão de Rawalpindi.
O agente também feriu Muhammad Asghar, condenado a morte pela mesma acusação.
Bhatti
foi preso e processado depois que um líder islâmico o acusou, em 2012, de enviar mensagens
ofensivas à mãe do Profeta Maomé através do celular. Segundo a família e seus advogados,
alguém fez ele cair numa armadilha usando seu telefone.
O Diretor Executivo
da Comissão Nacional “Justiça e Paz” dos Bispos Paquistaneses, Cecil Shane Chaudhry,
confirmou à Agência Fides que nas últimas semanas Bhati havia recebido ameaças de
morte detentos e policiais. O Pastor deveria apresentar-se no Tribunal em 26 de setembro.
Os advogados da ONG “Center for legal aid assistance and settlement” estavam confiantes
na sua libertação.
Segundo o Centro para Pesquisa e Estudos sobre Segurança,
com sede em Islamabad, nos últimos anos as acusações de blasfêmia aumentaram em modo
exponencial. A lei vem sendo cada vez mais utilizada para regulamentar disputas privadas
que nada tem a ver com religião. Os acusados, seguidamente correm o risco de serem
linchados, enquanto advogados e juízes rejeitam trabalhar em tais casos. Em função
disto, os períodos de detenção dos acusados se prolongam por anos. Segundo cifras
oficiais, pelo menos 48 pessoas acusadas de blasfêmia foram vítimas de execuções extra-judiciais.
Entre as vítimas recentes, o professor de Estudos Islâmicos de Karachi, Muhammad Shakil
Auj e o advogado muçulmano de Multan, Rashid Rehman.
O Bispo de Faisalabad,
Dom Joseph Ashad, afirmou que “se abusa da Lei da Blasfêmia e as vítimas são as mais
frágeis: cristãos e muçulmanos. Hoje é urgente uma correção para evitar os abusos”,
defendeu. (JE)