Papa ao Movimento dos Focolares: contemplar, sair, fazer escola
Cidade do Vaticano
(RV) – O Santo Padre encontrou na manhã desta sexta-feira, na Sala Clementina,
no Vaticano, os participantes da Assemblea Geral do Movimento dos Focolares, guiados
por Maria Voce, confirmada na Presidência do Movimento por mais seis anos. A fundadora
do Movimento, Chiara Lubich, e o carisma da unidade, nortearam o discurso do Pontífice,
que refletiu sobre três palavras: contemplar, sair e fazer escola.
No início
do pronunciamento, o Papa Francisco recordou a nova etapa que a Igreja é chamada a
percorrer, há 50 anos do Concílio Vaticano II, “testemunhando o amor de Deus por cada
pessoa humana, a começar pelos mais pobres e pelos excluídos, e para fazer crescer
com a esperança, a fraternidade e a alegria, o caminho da humanidade em direção à
unidade”.
Após, Francisco falou da história do Movimento dos Focolares, ou,
Obra de Maria:
“Nasceu no seio da Igreja católica como uma pequena semente,
e que ao longo dos anos deu vida a uma árvore que agora estende seus ramos em todas
as expressões da família cristã e também entre os membros das diversas religiões e
entre muitos que cultivam a justiça e a solidariedade na busca da verdade. Esta obra
nasceu de um dom do Espírito Santo, o carisma da unidade que o Pai quer doar à Igreja
e ao mundo”.
Referindo-se a Chiara Lubich, fundadora do Movimento, o Santo
Padre afirmou que “sua fecunda existência, levou o perfume de Jesus em tantas realidades
humanas e em tantas partes do mundo”.
E diante da nova estação de evangelização
- observou o Santo Padre - “o Movimento dos Focolares encontra-se diante da mesma
missão que espera toda a Igreja: oferecer, com responsabilidade e criatividade, a
sua peculiar contribuição”. Neste contexto, Francisco “entregou” três palavras aos
membros do Movimento e àqueles que partilham o mesmo espírito e ideais: contemplar,
sair e fazer escola.
Francisco apresentou a seguir, algumas prerrogativas para
se conseguir “penetrar na mais alta contemplação e permanecer misturado a todos” –
um dos atrativos dos tempos modernos, segundo Chiara Lubich:
“É necessário
alargar a própria interioridade na medida de Jesus e do dom do seu Espírito, fazendo
da contemplação a condição indispensável para uma presença solidária e uma ação eficaz,
verdadeiramente livre e pura”.
Ao meditar sobre a segunda palavra que exprime
o movimento da evangelização, o Papa Francisco afirmou que devemos aprender de Jesus
“esta dinâmica do êxodo e do dom, de sair de si, de caminhar e semear sempre de novo,
sempre além”, e para fazer isto “é necessário tornar-se um expert na arte do diálogo”,
algo que não se aprende facilmente, e exortou:
“Não podemos nos contentar
com meias-medidas, não podemos contemporizar, mas sim, com a ajuda de Deus, mirar
o alto e alargar o olhar”. "E para fazer isto devemos sair com coragem em direção
a Ele, fora do acampamento, levando a sua desonra. Ele nos espera nas provações e
nos gemidos de nossos irmãos, nas chagas da sociedade e nos questionamentos da cultura
de nosso tempo”.
Por fim, citando a Carta Apostólica Novo millenio ineunte,
de São João Paulo II, o Santo Padre afirmou que é necessário formar homens e mulheres
novos e para tal fim é necessária uma escola de humanidade na medida da humanidade
de Jesus, e advertiu:
“Sem uma adequada obra de formação das novas gerações
é ilusório pensar em poder realizar um projeto sério e duradouro a serviço de uma
nova humanidade”.
“Vos abençôo e vos peço de rezarem por fim”, foram as
palavras finais de Francisco no encontro. (JE)