2014-09-21 16:48:02

Encontro inter-religioso: a religião é fonte de paz, não de violência!


Tirana (RV) - Após a solene celebração Eucarística e a oração do Angelus, na Praça Madre Teresa, em Tirana, o Papa Bergoglio dirigiu-se à Nunciatura Apostólica, onde almoçou com os Bispos da Albânia e com a comitiva papal.

Depois do almoço, após um breve descanso, o Santo Padre foi, de automóvel, à Universidade católica “Nossa Senhora do Bom Conselho”, na capital albanesa, onde se encontrou com os líderes de outras Religiões e denominações cristãs.

Entre os presentes, além dos Bispos albaneses e da comitiva papal, estavam presentes os líderes das seis maiores Comunidades religiosas do país: Muçulmana, Bektashi (Confraternidade islâmica de derivação Sufi), Católica, Ortodoxa, Evangélica e Hebraica. Cada líder estava acompanhado por dois ou três colaboradores.

No discurso, que pronunciou, após as palavras de saudação do Presidente da Conferência Episcopal da Albânia, Dom Ângelo Massafra, o Bispo de Roma expressou sua alegria de participar deste encontro inter-religioso, que definiu “de grande importância”, sinal de diálogo e do desejo de construir relações de fraternidade e colaboração para bem de toda a sociedade. E ponderou:

A Albânia foi, tristemente, testemunha de inúmeras violências e dramas, que causaram a exclusão forçada de Deus da vida pessoal e comunitária. Quando se pretende, em nome de uma ideologia, expulsar Deus da sociedade, acaba-se por adorar ídolos e o próprio homem se sente perdido, a sua dignidade é espezinhada e os seus direitos violados. Vocês sabem o que significa ser privado da liberdade de consciência e da liberdade religiosa; esta ferida gera uma humanidade radicalmente empobrecida, porque fica sem esperança e sem ideais de referência”.

As mudanças ocorridas no século passado, a partir da década de noventa, - recordou o Pontífice - criaram condições de uma efetiva liberdade de religião, que levou as comunidades locais a reavivar, apesar das cruéis perseguições, as suas tradições e a oferecer uma contribuição positiva para a reconstrução moral do país.

Reconhecemos que “a intolerância para com quem tem convicções religiosas diferentes, é um inimigo insidioso, que, hoje, infelizmente, se está manifestando em várias partes do mundo. E o Papa advertiu:

Como fiéis, devemos estar particularmente vigilantes, para que a religiosidade e a ética, que vivemos com convicção e que testemunhamos com paixão, se manifestem sempre com atitudes dignas, rejeitando decididamente todas as formas que constituem um uso distorcido da religião. A religião autêntica é fonte de paz e não de violência! Ninguém pode usar o nome de Deus, para cometer violência. Matar em nome de Deus é um grande sacrilégio. Discriminar em nome de Deus é desumano”.

Neste sentido, a liberdade religiosa não é um direito, que deve ser garantido apenas pelo sistema legislativo vigente, mas um espaço comum, um ambiente de respeito e colaboração, construído com a participação de todos, inclusive dos não-crentes.

Aqui, o Santo Padre indicou duas atitudes para a promoção da liberdade fundamental: primeiro, ver, em cada homem e mulher, não um rival ou inimigo, mas um irmão e irmã. A tradição religiosa deve levar em conta a existência do outro; segundo, comprometer-se com o bem comum e o crescimento da liberdade religiosa, para enriquecer e servir a família humana! Por fim, o Pontífice exortou:

Olhemos ao nosso redor! Quantas necessidades dos pobres! Quanto as nossas sociedades precisam encontrar caminhos para uma justiça social mais ampla, para um desenvolvimento econômico inclusivo! Como o espírito humano precisa recuperar a esperança! Neste contexto, os homens e as mulheres, iluminados por suas tradições religiosas, podem oferecer uma contribuição importante e insubstituível. Eis um terreno fecundo também para o diálogo inter-religioso”.

Ao término do encontro com os líderes das diversas Religiões e Confissões cristãs, o Papa os convidou “a manter e desenvolver aquela tradição, existente na Albânia, das boas relações entre as comunidades religiosas e a sentir-se unidos no serviço à amada pátria da Albânia”. (MT)








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