2014-09-16 20:22:28

Representante da Santa Sé na ONU: anciãos não são "taxa demográfica"


Genebra (RV) - Daqui até 2050 o número de anciãos triplicará alcançando dois bilhões, mas, na maioria das vezes, o significado de tal tendência demográfica é dado somente sobre o impacto econômico que poderia ter.

Em pronunciamento na 27ª sessão do Conselho de Direitos Humanos dedicada à proteção da terceira idade, o observador permanente da Santa Sé no escritório da ONU em Genebra, na Suíça, Dom Silvano Maria Tomasi, criticou o pensamento recorrente que lê no incremento dos anciãos um efeito negativo nas próximas duas décadas sobre o crescimento econômico no mundo, e que considera que o dividendo demográfico que no passado impulsionou o crescimento econômico se transformará numa "taxa demográfica".

Dom Tomasi expressou o temor de que tal limitada visão possa constituir para as pessoas anciãs uma séria ameaça para a plena fruição de seus direitos.

"Hoje, a sociedade baseada na eficiência tende a marginalizar nossos irmãos e irmãs vulneráveis, inclusive as pessoas anciãs, como se fossem um peso ou um problema para a sociedade", afirmou o representante vaticano.

"Pelo contrário – observou o prelado –, podem dar sua contribuição à sociedade por um longo período. Mas para que isso ocorra, precisamos, entre outras coisas, de estratégias e de aplicar novas soluções para estruturar a sociedade em geral, o mundo do trabalho, as infra-estruturas da saúde e assistenciais."

Tratar da questão dos anciãos com uma abordagem "puramente econômica e funcional pode criar uma cultura em que os elementos mais vulneráveis e mais frágeis da sociedade correm o risco de ser 'descartados' por um sistema que, a todo custo, deve ser eficiente", concluiu Dom Tomasi. (RL)







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