A Semana do Papa – uma síntese das principais atividades de 8 a 14 de setembro
Dia 8 No
dia em que se festeja a Natividade da Virgem Maria, dia 8 setembro, o Santo Padre
propôs na Missa em Santa Marta uma meditação sobre a Criação e o caminho que Deus
faz connosco na história.
“Porque Deus não é um mago, é criador! Quando ao
sexto dia daquela história, chega a criação do homem dá uma outra autonomia, um pouco
diferente, mas não independente: uma autonomia que é a liberdade. E diz ao homem de
andar em frente na história, fazendo-o responsável pela criação, dominando a obra
da criação, para que o levasse em frente e assim chegasse à plenitude dos tempos.
E qual era a plenitude dos tempos? Aquilo que Ele tinha no coração: a chegada do Seu
Filho. Porque Deus – ouvimos Paulo – predestinou-nos, a todos, a sermos conformes
à imagem do Filho.”
Dia 9 Jesus não é um professor que fala da sua catedra
mas está no meio da gente e deixa-se tocar para curar. Esta a mensagem essencial da
homilia do Papa Francisco na Capela da Casa de Santa Marta de terça-feira, dia 9:
“Estas
são coisas de amor! O amor não olha se temos a cara feia ou bela: ama! E Jesus assim
faz: ama e escolhe com amor. E escolhe todos! “É gente comum! Mas há uma coisa
que devemos sublinhar: São pecadores. Jesus escolheu pecadores. E esta é a acusação
que lhe fazem os doutores da lei e os escribas: ‘Este vai comer com os pecadores,
fala com as prostitutas...’ Jesus chama todos!”
“Não é um professor, um mestre,
um místico que se afasta das pessoas e fala de cátedra. Não! Está no meio da gente
deixa-se tocar; deixa que as pessoas perguntem. Assim é Jesus: perto das pessoas.
E essa proximidade não é uma coisa nova para Ele: Ele sublinha-a em seu modo de agir,
e é algo que vem desde a primeira escolha de Deus para o seu povo. Deus diz ao seu
povo: “Pensai, qual é o povo que tem um Deus tão próximo como Eu estou próximo de
vós?”. A proximidade de Deus com o seu povo é a proximidade de Jesus com as pessoas”
Dia
10 O Papa Francisco na audiência geral desta quarta-feira continuou com o tema
da Igreja como mãe desenvolvendo um aspeto particular da ação educativa da Igreja,
ou seja, como ela nos ensina as obras de misericórdia.
“A Igreja ensina
a dar de comer e a dar de beber a quem tem fome e sede e a vestir quem está nú”.
O
Papa Francisco referiu o exemplo de tantos santos e santas e, sobretudo, o importante
exemplo das famílias que partilham os alimentos que têm com aqueles que têm fome.
“A
Mãe Igreja ensina-nos a estarmos próximos de quem está doente... ”
O Santo
Padre recordou todos aqueles que assistem os doentes com espírito de serviço e amor
ao próximo.
“A Mãe Igreja ensina-nos a estarmos próximos de quem está
na prisão... ”
A propósito daqueles que estão na prisão o Papa Francisco referiu
que a misericórdia supera todos os muros e pode ajudar a mudar o coração e a vida.
“A
Mãe Igreja ensina a estar junto de quem foi abandonado e morre sozinho... ”
Recordando
a Beata Teresa de Calcutá o Santo Padre recordou o modo como ela acolhia os moribundos
dando-lhes um último carinho no momento da morte.
No final da sua catequese
o Papa Francisco afirmou que “para mudar o mundo é preciso fazer o bem a quem não
nos pode retribuir, tal como fez o Pai connosco dando-nos Jesus.”
Dia
11 Só com um coração misericordioso poderemos fazer o que Senhor nos aconselha
– esta a mensagem principal do Papa Francisco na manhã de quinta-feira, dia 11 de
setembro na Missa matinal celebrada, como sempre, na Capela da Casa de Santa Marta.
“
‘Padre, eu não me sinto capaz de o fazer’ – Bem se não te sentes capaz é um problema
teu, mas o caminho cristão é este! Este é o caminho que Jesus nos ensina. E o que
devo esperar? Ide pelo caminho de Jesus, que é a misericórdia: sede misericordiosos
como o vosso Pai é misericordioso. Só com um coração misericordioso poderemos fazer
tudo aquilo que o Senhor nos aconselha. Até ao fim. A vida cristã não é uma vida
autoreferencial; é uma vida que sai de si própria para dar-se aos outros.”
Dia
12 A verdadeira correção fraterna é dolorosa porque é feita com amor, verdade e
humildade. Se sentimos prazer em corrigir, isso não vem de Deus. Esta a mensagem principal
do Papa Francisco na Missa de sexta-feira, dia 12, em Santa Marta.
“Não se
pode corrigir uma pessoa sem amor e sem caridade. Não se pode fazer uma intervenção
cirúrgica sem anestesia: não se pode porque o doente morrerá de dor. E a caridade
é como uma anestesia que ajuda a receber a cura e a aceitar a correção. Tomá-lo à
parte, com mansidão, com amor e falar-lhe.”
Dia 13 O Papa Francisco
visitou na manhã de sábado, dia 13, o maior cemitério militar de Itália, para “rezar
pelas vítimas de todas as guerras” por ocasião das comemorações do centenário da I
Guerra Mundial.
Na homilia, num tom meditativo, direto, evocando a beleza daquela
região, com a vida quotidiana das pessoas, na tranquilidade da paz, o Papa Francisco
declarou sem meios termos: “… a guerra é uma loucura: a guerra destrói; destrói
até mesmo o que Deus criou de mais belo: o ser humano. A guerra tudo transtorna, incluindo
a ligação entre irmãos. A guerra é louca: como plano de desenvolvimento, propõe a
destruição!” “Aqui e no outro cemitério há aqui muitas vítimas. Hoje recordamo-las:
há o pranto, o luto, o sofrimento... Daqui recordamos todas as vítimas de todas as
guerras. Também hoje as vítimas são tantas...” – prosseguiu o Papa, interrogando-se
como é possível isto. “É possível, porque ainda hoje, nos bastidores, existem interesses,
planos geopolíticos, avidez de dinheiro e poder; e há a indústria das armas, que parece
ser tão importante! E estes planificadores do terror, estes organizadores do conflito,
bem como os fabricantes das armas escreveram no coração: «A mim, que me importa?”
Dia 14 No domingo, dia 14 o Papa Francisco logo pela manhã presidiu à celebração
de 20 matrimónios na Basílica de S. Pedro:
A narração bíblica da primeira Leitura
referia que a certa altura, o povo israelita «não suportou o caminho»: estavam cansados,
faltava a água e comiam apenas o «maná”… Então lamentam-se e protestam contra Deus
e contra Moisés:
“Isto faz-nos pensar nos casais que «não suportam o caminho»
da vida conjugal e familiar. A fadiga do caminho torna-se um cansaço interior; perdem
o gosto do Matrimónio, deixam de ir buscar água à fonte do Sacramento. A vida diária
torna-se pesada, «nauseante».”
Referindo o episódio das serpentes venenosas
e a serpente de bronze que o Senhor mandou fazer para que quem a olhasse com fé pudesse
receber “a sua força que cura”, o Papa sublinhou o sentido deste símbolo: Cristo elevado
na Cruz… Quem se entrega a Jesus crucificado recebe a misericórdia de Deus, que cura
do veneno mortal do pecado.
Tudo isto se aplica justamente aos casais … O
remédio que Deus oferece ao povo vale de modo particular para os casais que «não suportam
o caminho» e acabam mordidos pelas tentações do desânimo, da infidelidade, do retrocesso,
do abandono…
“O amor de Jesus, que abençoou e consagrou a união dos esposos,
é capaz de manter o seu amor e de o renovar quando humanamente se perde, rompe, esgota.
O amor de Cristo pode restituir aos esposos a alegria de caminharem juntos.”
No
Angelus deste domingo o Papa Francisco chamou a atenção para a República Centro-africana,
onde tem início nesta segunda-feira, dia 15, a Missão desejada pelo Conselho de Segurança
das Nações Unidas para favorecer a pacificação do País e proteger a população civil,
que está a sofrer gravemente as consequências do conflito em curso:
“Enquanto
asseguro o empenho e a oração da Igreja católica, encorajo o esforço da Comunidade
internacional, que ajuda os centro-africanos de boa vontade. Que a violência ceda,
quanto antes, o passo ao dialogo; que as fações opostas ponham de lado os interesses
particulares e façam com que cada cidadão seja de que etnia ou religião for, possa
colaborar para a edificação do bem comum.”
E com o Angelus deste domingo terminamos
esta síntese das principais atividades do Santo Padre que foram notícia de 8 a 14
de setembro. Esta rubrica regressa na próxima semana sempre aqui na RV em língua portuguesa.
(RS)