Card. Sandri sobre Iraque: interesses econômicos alimentam violência
Washington (RV) - Não se pode pensar num Oriente Médio sem cristãos: foi o
que afirmou o Prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais, Card. Leonardo Sandri,
em seu pronunciamento para a inauguração, em Washington, da Associação “Em defesa
dos cristãos” (In defense of christians).
Trata-se de uma organização não-governamental
que reúne os líderes das Igrejas Orientais, católicas e ortodoxas, líderes políticos
e civis, com a finalidade de refletir sobre como a comunidade internacional pode agir
em favor das populações do Oriente Médio.
Nesta região, disse o Card. Sandri,
se verifica “o mais inaceitável desprezo pela liberdade religiosa e de todos os Direitos
Humanos”. O purpurado argentino citou os episódios de decapitação, crucificação, conversão
e expulsão forçada, infibulação, destruição de locais de culto, sequestro e profanação
de igrejas e mosteiros.
O Cardeal pede que as Nações Unidas se tornem sempre
mais e de modo transparente o local em que “todos os povos defendam concretamente
com resoluções e ações adequadas a dignidade dos cristãos no Oriente Médio” e de todas
as minorias.
“O agressor injusto deve ser detido”, reiterou o Prefeito da Congregação
para as Igrejas Orientais, mas não se deve limitar o pensamento somente ao uso da
força, em alguns casos necessária e somente sob a égide das Nações Unidas, envolvendo
os países árabes e muçulmanos”.
O Cardeal não compartilha a ideia de que exista
um confronto de civilizações e uma guerra entre Islamismo e Cristianismo. Segundo
ele, há grandes interesses econômicos em jogo, como o comércio de armas e o controle
dos poços de petróleo e das jazidas de gás – tudo em nome de uma “cultura do desperdício”.