2014-09-11 20:24:56

Arcebispo Marcianò sobre peregrinação do Papa a Redipuglia: recordar I conflito mundial é advertência contra a guerra


Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco realizará no próximo sábado, 13 de setembro, uma peregrinação ao Sacrário militar de Redipuglia, província de Gorizia, na região italiana de Friul-Veneza Júlia, para rezar pelos caídos de todas as guerras. A peregrinação do Santo Padre se dá por ocasião do centenário do início da I guerra Mundial. O Pontífice, justamente para respeitar o caráter celebrativo do evento, não utilizará o papamóvel em seus deslocamentos durante a visita. A Rádio Vaticano ouviu o ordinário militar para a Itália, o Arcebispo Santo Marcianò, que nos falou sobre o significado da visita:

Dom Santo Marcianò:- "Considero que a recordação, com todas as celebrações e reflexões afins, da I Guerra Mundial seja uma advertência, uma advertência forte: uma advertência – de um lado – para não perder a memória, porque o mundo de hoje é um mundo 'desmemoriado', ou seja, sem memória; e, – de outro lado – recuperando a memória, fazer de modo que se identifiquem percursos pedagógicos, culturais, religiosos e antropológicos de realização em favor da paz."

RV: Não se trata de uma ocasião somente para historiadores, não é um momento de festa e de turismo acerca da I Guerra Mundial: primeiro o Papa visitará um cemitério, e depois um sacrário militar...

Dom Santo Marcianò:- "Gostaria de ressaltar que um sacrário – mesmo sendo um cemitério – é lugar sagrado por dois motivos: é lugar sagrado porque ali repousam corpos humanos e o corpo humano é sagrado; é sagrado porque neste lugar há a presença de Deus. O Papa escolheu ir a estes lugares para rezar, poderia dizer, para encontrar o Senhor e para invocar d'Ele o dom da paz. E creio que, de certo modo, esta é a palavra-chave. De fato, fala-se de peregrinação. Daí a segunda dimensão desta peregrinação: a oração pelos caídos, a oração pela paz. Talvez peça, também mediante a intercessão destes mortos, o dom da paz. Daí o tom, diria, o estilo desta peregrinação, que me parece importante ressaltar. Não gostaria de contrapô-la ao término festa ou à dimensão da festa, porque onde está o Senhor há sempre festa: nós cremos na Ressurreição, aqueles mortos são mortos que vivem em Cristo. Porém, aqueles aspectos um pouco mais exteriores, que habitualmente caracterizam a visita do Papa, se procurará evitá-los justamente para evidenciar o sentido desta peregrinação, o sentido desta visita. Não se usará o papamóvel... Buscar-se-á manter um tom – podemos dizer – reflexivo, quase penitencial: ou seja, reconhecer que aqueles mortos não são mortos naturais, mas são mortos causados por aquele horrível e inútil massacre que foi a I Guerra Mundial." (RL)







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