Londres (RV) – “Heréticos”. Assim os Imames do Reino Unido definem os jihadistas
do Estado Islâmico em uma ‘fatwa’ (‘decreto religioso’), emitida para condenar os
jovens muçulmanos que vão combater na Síria e Iraque. O documento – segundo a Agência
Ansa – proíbe os muçulmanos de se alistarem nas fileiras do “opressivo e tirânico”
Estado Islâmico e pede que se oponham à sua “ideologia venenosa”.
O edito determina
que os muçulmanos têm a “obrigação moral” de ajudar as populações da Síria e Iraque,
mas “sem trair as suas sociedades”. Muhammad Shahid Raza, Imame Chefe da Mesquita
de Leicester, espera que “os nossos jovens escutem aquilo que é dito neste documento”
A
importante tomada de posição da comunidade islâmica acontece às vésperas da intervenção
do governo britânico que tomará novas medidas para enfrentar o fenômeno do jihadismo.
Está prevista a retenção dos passaportes dos extremistas que querem partir para a
Síria e Iraque e uma proibição temporária de retorno ao Reino Unido para os britânicos
que já estão no exterior, como aqueles que já militam no EI. O projeto, todavia, foi
criticado por alguns especialistas, pois prevê uma suspensão ilegal do direito de
cidadania.
Também a comunidade anglicana se manifesta, por meio do Arcebispo
de York, John Sentamu, que lançou um apelo para que seja dado asilo político aos cristãos
em fuga das perseguições no Iraque e na Síria. Em uma entrevista à BBC, Dom Sentamu
pede para “se agir com rapidez para evitar uma nova Ruanda”. O prelado anglicano observou
que os guerrilheiros jihadistas já demonstraram a sua capacidade sanguinária: “as
decapitações demonstram que são sem escrúpulos e que de alguma maneira devem ser detidos,
caso contrário acabará num genocídio”.
Londres, até o agora, já concedeu asilo
a três mil sírios que já estavam na Grã Bretanha e a 50 refugiados dos campos da ONU
no Oriente Médio. (JE)