Sacerdote brasileiro sobre bloqueio em Gaza: "vivemos numa grande prisão"
Gaza (RV)
– Após 50 dias de guerra, 2.100 palestinos e 64 soldados israelenses mortos, as autoridades
da Palestina e de Israel anunciaram, nesta terça-feira, 26, o acordo de um cessar
fogo permanente.
O acordo prevê uma redução do bloqueio imposto desde 2006
por Israel e que atinge os 1,8 milhões de habitantes de Gaza.
A Rádio Vaticano
conversou na manhã de hoje com o Padre Mário da Silva, do Instituto do Verbo Encarnado,
responsável pela Paróquia da Sagrada Família, em Gaza. Ele nos contou as primeiras
reações após o anúncio do acordo, considerado como uma vitória pelo Hamas:
O Chefe da
delegação palestina no Cairo, Azzam al-Ahmed, revelou que um dos principais pontos
é “a abertura de passagens para as necessidades humanitárias, alimentos, material
médico e tudo o que permita reparar os sistemas de água, de eletricidade e de telefonia
móvel”. Pe Mário comentou sobre a importância da abertura de passagens para a chegada
de ajuda humanitária:
Foi mantida
a restrição aos pescadores com limitação da zona de pesca a 3 milhas náuticas. O acordo
prevê que futuramente este limite passará para 6 milhas (11 km) e posteriormente
para 12, afirmou o chefe da delegação palestina, Azzam al-Ahmed.
Mesmo que
o cessar-fogo suscite esperanças, os pontos de divergência entre israelenses e palestinos
estão longe de terem sido superados e as negociações devem ser retomadas em um mês.
O bloqueio imposto por Israel, no entanto, é um dos entraves aos acordos. O sacerdote
brasileiro nos falou sobre como é viver numa terra submetida a um bloqueio nestas
proporções: