Apelo do episcopado alemão pelo fim das violências no Iraque
Berlim (RV) – “O terror no Iraque deve ser detido e aos refugiados deve ser
dada a possibilidade de retornarem o mais rápido possível às suas casas”. Foi o que
afirmou em uma declaração o Conselho Permanente da Conferência Episcopal alemã, fazendo
eco às palavras do Papa e aos apelos dos bispos iraquianos. A declaração colabora,
desta forma, no debate em andamento na Alemanha sobre o fornecimento de armas aos
combatentes curdos (“pershmerga”), para enfrentar o avanço do Estado Islâmico.
Se
uma ação militar – o que inclui o fornecimento de armas -, não é um meio automático
para garantir a paz e a segurança – afirma a nota -, em algumas circunstâncias, quando
está em jogo “o extermínio de inteiros grupos étnicos e graves violações dos direitos
humanos”, a comunidade internacional tem o dever de deter de alguma maneira o agressor
injusto “para esconjurar crimes piores”, como afirma a doutrina católica sobre a ‘paz
justa’.
A declaração dirige-se também aos muçulmanos. Os bispos alemães rejeitam
com firmeza as teses sobre a natureza intrinsecamente violenta do Islã: “O Estado
Islâmico e o Islã não são a mesma coisa”, afirmam os bispos.
Ao mesmo tempo,
o episcopado alemão pede uma tomada de posição clara por parte dos líderes religiosos
islâmicos: “Os muçulmanos, que amam a paz e que são a grande maioria, devem perguntar-se
quais fatores permitiram este desenvolvimento preocupante na sua comunidade religiosa”.
Por
fim, o apelo para rezar e fornecer ajudas humanitárias urgentes às vítimas das perseguições
no Oriente Médio: “Isto – afirma o Conselho Permanente – não é somente uma responsabilidade
dos países da região. Todos podem contribuir, mas oferecendo disponibilidade em acolher
os refugiados”. (JE)