Onu denuncia "limpeza étnica e religiosa" no Iraque
Genebra (RV)
- A Alta Comissária das Nações Unidas para os direitos humanos, Navi Pillay, denunciou
nesta segunda-feira em Genebra, na Suíça, que o que está ocorrendo no Iraque por obra
dos rebeldes sunitas do Estado islâmico e de grupos a eles ligados constitui limpeza
étnica e religiosa.
A Alta Comissária, que no final deste mês concluirá seu
mandato, disse que todos os dias, no País do Golfo, são cometidas "graves e horríveis
violações dos direitos humanos", acrescentando que "homens, mulheres e crianças" são
tomados como alvo "em função de sua pertença étnica religiosa ou sectária".
Trata-se
de perseguições que poderiam constituir crimes contra a humanidade, disse ainda a
jurista sul-africana. Pillay citou, ainda, casos de conversões forçadas, sequestros,
abusos sexuais, escravidão, além da destruição de importantes espaços religiosos e
culturais, exortando a comunidade internacional a providenciar que "os autores destes
crimes odiosos não fiquem impunes".
Notícias destas últimas horas dão conta
da morte de onze pessoas e o ferimento de mais de trinta num atentado suicida contra
uma mesquita xiita ao leste de Bagdá; um ataque que se registra à distância de três
dias do que atingiu uma mesquita sunita ao nordeste da capital, provocando a morte
de ao menos setenta pessoas. (RL)