As modernas escravaturas serão tema do Dia Mundial da Paz
Cidade
do Vaticano (RV) – “Não mais escravos, mas irmãos”. Este é o título da Mensagem
para o 48º Dia Mundial da Paz, a segunda escrita pelo Papa Francisco. Na manhã de
quinta-feira, 21, o Pontifício Conselho da Justiça e da Paz divulgou o título e a
seguinte comunicação:
Julga-se habitualmente que a escravatura seja um fato
do passado. No entanto, esta praga social continua muito presente no mundo atual.
A Mensagem para o 1º de Janeiro de 2014 era dedicada à fraternidade: “Fraternidade,
fundamento e caminho para a paz”. De fato, uma vez que todos são filhos de Deus, os
seres humanos são irmãos e irmãs com igual dignidade.
A escravatura representa
um golpe de morte para a fraternidade universal e, por conseguinte, para a paz. Na
verdade, a paz existe quando o ser humano reconhece no outro um irmão ou irmã com
a mesma dignidade.
Persistem no mundo múltiplas formas abomináveis de escravatura:
o tráfico de seres humanos, o comércio dos migrantes e da prostituição, o trabalho-escravo,
a exploração do ser humano pelo ser humano, a mentalidade escravagista para com as
mulheres e as crianças.
Há indivíduos e grupos que se aproveitam vergonhosamente
desta escravatura, tirando partido dos muitos conflitos desencadeados no mundo, do
contexto de crise econômica e da corrupção.
A escravatura é uma terrível ferida
aberta no corpo da sociedade contemporânea, é uma chaga gravíssima na carne de Cristo!
Para combatê-la eficazmente, deve-se reconhecer acima de tudo a inviolável dignidade
de cada pessoa. Além disso, importa ancorar firmemente esse reconhecimento na fraternidade,
que exige a superação de todas as desigualdades, as quais permitem que uma pessoa
escravize outra.
É-nos ainda pedido que o nosso agir seja próximo e gratuito
para promover a libertação e inclusão para todos. O objetivo a alcançar é a construção
de uma civilização fundada sobre a igual dignidade de todos os seres humanos, sem
qualquer discriminação. Para isso, é necessário o compromisso da informação, da educação,
da cultura em favor de uma sociedade renovada e que se assinale pela liberdade, pela
justiça e, logo, pela paz. O Dia Mundial da Paz resultou da vontade de Paulo VI
e é celebrado todos os anos no primeiro dia de janeiro. A Mensagem do Papa é enviada
aos Ministros dos Negócios Estrangeiros de todo o mundo e indica também a linha diplomática
da Santa Sé para o ano que se inicia.