Líderes cristãos sobre o Iraque: religião nunca pode justificar violência
Istambul (RV) – “Aquilo que está acontecendo sob os nossos olhos no Iraque
é a erradicação não somente de uma minoria religiosa – em particular dos yazidi, cuja
própria existência está ameaçada - mas de toda uma civilização. O martírio e o extermínio
de mulheres e crianças, assim como de idosos, são uma rejeição do nosso futuro. Tal
crueldade em relação aos seguidores de uma religião nunca pode ser defendida invocando
de forma vil e falsa uma outra religião”. Foi o que escreveu em uma mensagem o Patriarca
Ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu I.
“A recente onda de violência contra
as famílias e crianças inocentes no Iraque chocou e horrorizou o mundo”, afirmou o
Patriarca Ortodoxo, reiterando que alvejar dezenas de milhares de cristãos (entre
os quais sírios, caldeus e assírios) e outras minorias religiosas (entre os quais
turcomanos, yazidis e curdos), “não pode nunca ser justificado em nome de qualquer
credo ou convicção religiosa”.
Bartolomeu I, ao considerar que a verdadeira
paz passa necessariamente pelo encontro e o diálogo genuíno, exorta os líderes religiosos
e as autoridades políticas da região a promover conversações e outros meios para resolver
o conflito. E convida as organizações internacionais a assistir solicitamente as vítimas
desta emergência humanitária.
Também a Igreja Ortodoxa Russa, em um comunicado
de firme condenação, define as violências e sistemáticas agressões aos cristãos no
Iraque como “um verdadeiro genocídio” e o eventual desaparecimento da antiga presença
cristã na região como um acontecimento de “conseqüências catastróficas”.
A
Comunhão Anglicana, por sua vez, renova seu apelo em uma declaração conjunta do Primaz,
Justin Welby e do Arcebispo de Melbourne, Phillip Freier, onde evidencia como os grupos
islâmicos protagonistas dos horrores no Iraque são “banidos justamente pela vasta
maioria dos muçulmanos”, ao mesmo tempo que convida a comunidade internacional a documentar
as violações dos direitos humanos de forma que os autores possam ser responsabilizados”.
(JE)