Cardeal Tagle: jovens asiáticos tocados pela autenticidade do Papa - Entrevista
O arcebispo
de Manila, Cardeal Luis Antonio Tagle, que acolherá o Pontífice nas Filipinas em janeiro
próximo, acompanhou o Papa nesta viagem à Coreia. O colega italiano, Davide Dionisi
entrevistou-o em Seul:
Nós asiáticos estamos felizes e sentimo-nos abençoados
com a visita pastoral do Santo Padre. Em janeiro do próximo ano, nós filipinos estaremos
prontos para acolher o Papa com um abraço, um abraço caloroso, em Manila!
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Por que é que gostam tanto assim do Papa Francisco?
A meu ver, o primeiro
ponto é que os jovens mostram uma abertura a um modelo de humanidade, procuram esse
modelo, e encontram no Santo Padre este coração cheio, repleto de humanidade, de amor,
compaixão e misericórdia. Da sua parte, o Papa mostra aos jovens esta sinceridade
de coração, esta autenticidade de humanidade. E esse diálogo de dois corações, ambos
abertos ao amor de Deus – isso é, a meu ver, uma fonte de energia, de zelo...
-
A visita do Papa à Coreia é quase como se quisesse iniciar um novo anúncio do Evangelho
partindo propriamente daqui...
A Coreia torna-se um centro não somente
na Região da Ásia, mas um centro mundial, económico e também político. Também no mundo
da arte, no mundo da música, a Coreia está entre os líderes do mundo. Parece-me que
a visita pastoral do Santo Padre é um encorajamento também para a Igreja na Coreia,
a fim de que dê um passo em frente na evangelização e na atividade missionária e caritativa
a favor dos que sofrem e dos pobres do mundo.
- Pode-nos antecipar
algo da próxima viagem do Papa à Ásia, que além das Filipinas prevê também uma etapa
na República do Sri Lanka?
A visita pastoral do Santo Padre às Filipinas
tem dois objectivos fundamentais: o primeiro é encorajar os filipinos, especialmente
os leigos, as famílias, os jovens, até mesmo os pobres, a serem missionários da fé
no mundo contemporâneo, a levar a mensagem de Jesus Cristo aos vários níveis do mundo,
da vida contemporânea; o segundo objectivo é visitar o povo que sofre por causa do
tufão, as vítimas do tufão e do terremoto: um ato de compaixão, de solidariedade para
com os que sofrem.
- O que é que sentiu nestes dias da presença do
Papa Francisco em terras asiáticas?
Aqui na Coreia me sinto como um jovem,
um jovem... No encontro de sexta-feira [encontro do Papa com os jovens] sentia-me
como um garoto que queria ver, pela primeira vez, o seu "avô na fé": a alegria dos
jovens foi como um vírus que me contagiou! E os outros cardeais e bispos, que estavam
perto de mim, acho que sentiam a mesma coisa. Senti não somente o amor, mas também
a sede - dos jovens - de autenticidade e de comunhão. Os jovens asiáticos querem sentir,
tocar... nesse contato humano, a comunhão torna-se verdadeira.