Jovem coreano: Francisco confortou-nos e nos conquistou
Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco recebeu nestes dias, na Coreia,
um acolhimento marcado por grande entusiasmo, superando as expectativas, vez que a
comunidade católica representa pouco mais de 10% da população. Eis o testemunho de
um jovem sul-coreano, Young Sik-Kim, estudante do Pontifício Colégio Coreano em Roma,
entrevistado pela Rádio Vaticano:
Young Sik-Kim:- "Todos seus gestos
e não somente as palavras, mas também seu olhar, seus "toques"... Por tudo isso, fomos
conquistados pelo Papa."
RV: Por que o povo coreano queria uma palavra
de ajuda, de conforto e de esperança?
Young Sik-Kim:- "Queria uma palavra
de esperança, mas também consolação. O povo coreano viveu a tristeza e o sofrimento
da tragédia do ferry-boat afundado... O governo não podia consolar com sinceridade.
O povo inteiro esperava justamente a consolação verdadeira do Papa. Ademais, hoje,
em nossa sociedade, vivemos numa realidade em que falamos, mas não nos comunicamos
um com o outro, e em que não ouvimos as outras pessoas. Vivemos também um período
de crise de valores verdadeiros. Por isso, não somente os católicos, mas também as
pessoas pertencentes a outras religiões ou sem religião, esperam uma mensagem forte
e convincente do Papa."
RV: Que Igreja será, após a visita do Papa,
a Igreja na Coréia?
Young Sik-Kim- "Certamente, como o Papa Francisco
ressaltou sempre, desde o início de seu Pontificado, uma Igreja pobre, uma Igreja
que sabe abandonar as coisas que fecham o caminho rumo ao Senhor. Mas também uma Igreja
– e o Papa sempre ressaltou isso – que sai de si mesma, que vai para o mundo. Muitos
fiéis ainda acreditam que a Igreja deve ser separada do mundo, da política, da sociedade,
mas o Papa reiterou novamente que a Igreja não deve ser separada da realidade: devemos
seguir adiante, com o nosso empenho. Além disso, essa visita do Papa nos faz também
recordar novamente qual é a essência da fé, em particular para a nossa Igreja que
tem origem nos mártires, e como viver hoje a realidade como fiéis, caminhando contracorrente
e levando a mensagem da alegria da fé.
RV: O Papa falou às duas Coreias:
é possível se falar em uma unidade futura próxima?
Young Sik-Kim:- "Não
podemos nos esquecer que não são duas Coreias, mas uma Coreia dividida: é uma família!
Portanto, não somente os políticos, mas todo o povo deve recordar que é uma família,
um povo separado, mas não diferentes países." (RL)