O Papa alerta as Nações Unidas para o drama no Iraque e pede esforços concretos
O Vaticano divulgou na manhã desta quarta-feira, 13, uma carta escrita pelo Papa Francisco,
sábado, 9, ao Secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, a respeito da situação
no Iraque.
“Com o coração apertado e angustiado, acompanhei os dramáticos
acontecimentos dos últimos dias no norte do Iraque, onde os cristãos e as outras minorias
religiosas foram obrigados a fugir das suas casas e a assistir à destruição dos seus
lugares de culto e do património religioso. Comovido com esta situação, pedi ao Cardeal
Fernando Filoni, Prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos, que foi Núncio
no Iraque nos Pontificados de João Paulo II e Bento XVI, para manifestar a minha proximidade
espiritual e expressar a minha preocupação, assim como de toda a Igreja Católica,
com o intolerável sofrimento de pessoas que desejam somente viver em paz, harmonia
e liberdade na terra dos seus antepassados”.
“Neste mesmo espírito,
escrevo para si, senhor Secretário-geral, e lhe exponho as lágrimas, os sofrimentos
e os gritos de desespero dos cristãos e das outras minorias religiosas na amada terra
do Iraque. Ao renovar o meu apelo urgente à comunidade internacional para intervir
e pôr fim à tragédia humanitária em andamento, encorajo todos os organismos competentes
da ONU, especialmente os responsáveis pela segurança, a paz, o direito humanitário
e a assistência aos refugiados, a prosseguirem os seus esforços, em conformidade com
o Preâmbulo e os artigos pertinentes da Carta das Nações Unidas”.
“Os
ataques violentos que se têm alastrado ao longo do norte do Iraque não podem ficar
indiferentes às consciências de todos os homens e mulheres de boa-vontade e devem
despertá-los para ações concretas de solidariedade em defesa dos atingidos ou ameaçados
pela violência e assegurar a assistência necessária e urgente aos desabrigados além
do seu retorno seguro às suas cidades e casas”.
“As trágicas experiências
do século XX e a elementar compreensão da dignidade humana exigem que a comunidade
internacional – através de normas e mecanismos de direito internacional – faça tudo
o que for possível para deter e prevenir novas violências sistemáticas contra as minorias
étnicas e religiosas”.
“Confiante que o meu apelo, unido ao dos Patriarcas
Orientais e de outros líderes religiosos, encontre uma resposta positiva, colho a
ocasião para renovar a minha mais elevada consideração”, assina o Papa.