2014-08-13 11:35:04

Dom Sleiman: parem com esse "rolo compressor"


Bagdá (RV) – No Iraque dominado pela violência dos jihadistas, se trabalha duramente para a formação de um novo governo de unidade nacional, após a nomeação do Primeiro-ministro Haider al Abadi. Enquanto isso, continuam os bombardeios estadunidenses contra os milicianos do assim chamado Estado islâmico que teriam tomados como reféns 600 mulheres da minoria yazidi. Sobre a dramática situação no Iraque, a Rádio Vaticano ouviu o testemunho de Dom Jean Benjamin Sleiman, Arcebispo de Bagdá dos Latinos:

R. - As últimas notícias não são muito diferentes das primeiras. Há, antes de tudo, a trágica situação de muitos cristãos e não-cristãos que perderam tudo. Muitos ainda não encontraram abrigo. Agora temos um novo primeiro-ministro e esperamos que ele possa fazer um governo que represente todos, mas isso também nos traz algum medo, um certo temor. Esperamos que esta nomeação abra um novo caminho para a normalização do país, porque o pânico continua presente.

P. - Neste momento, obviamente, a primeira urgência é salvar vidas humanas, de cristãos, yazidis ...

R. - Há também outra categoria da qual se fala pouco, são os curdos xiitas: também eles foram atacados, expulsos. É outra minoria.

P. - Depois de tanta inação do Ocidente, da comunidade internacional, agora existem esses bombardeios por parte dos Estados Unidos, no entanto a situação é muito complicada na área?

R. – Nós somos filhos da Igreja. Há um Papa que disse: “se fizerem a guerra contra a humanidade, estão também fazendo guerra contra Deus. Não quero citá-lo textualmente, mas é isso o que disse, João Paulo II, agora Santo. Não nos escondamos atrás do "politicamente correto". O problema não é só daqui, vem também do Ocidente! Parem com esse "rolo compressor" que quer mudar todo o Oriente Médio ... um projeto como o de Babel, da Torre de Babel, vai acabar sempre com a fragmentação de pessoas, fragmentação de países e comunidades ... Não devemos esconder: o problema vem de uma certa política internacional. Aparentemente é um problema xiita-sunita, depois cristão-muçulmano: tudo isso não é verdade!

P. - Há também uma grande frustração por parte dos cristãos, de todos os iraquianos, porque esta guerra não termina nunca ...

R. – Não termina nunca. Há muita gente honesta, muita gente que deseja viver em paz. Para fazer a guerra é suficiente um grupo de “cabeças quentes”, que traz armas, mas a grande maioria das pessoas quer viver honestamente, com dignidade. (SP)







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