2014-08-12 18:13:08

Cardeal Parolin sobre viagem do Papa à Coreia: mensagem de Francisco será para toda a Ásia


RealAudioMP3 Cidade do Vaticano (RV) - Nesta quarta-feira, às 16h de Roma (11h de Brasília), o Papa Francisco parte do aeroporto de Fiumicino, iniciando assim a terceira viagem apostólica internacional de seu Pontificado, viagem esta que o levará à Coreia. Um dos momentos principais da visita, que se concluirá na próxima segunda-feira, 18 de agosto, será o encontro com os jovens, reunidos em sua Jornada Asiática da Juventude. Qual será a mensagem do Papa? Quem nos responde é o Secretário de Estado, Cardeal Pietro Parolin, entrevistado pelo Centro Televisivo Vaticano:

Cardeal Pietro Parolin:- "Diria que a importância desta viagem está ligada essencialmente a três fatores: o primeiro é que o Papa, pela primeira vez, vai ao Extremo Oriente, uma região do mundo que adquire uma relevância cada vez maior na política e na economia mundial. O Papa irá para dirigir-se a todo o continente asiático, não somente à Coreia. É claro, a viagem é à Coreia, porém, tem como destinatários todos os países do continente, graças justamente a esta celebração da Jornada Asiática da Juventude, que se realizará na Coreia e da qual participarão representantes dos jovens dos países vizinhos. O terceiro aspecto é o do futuro, a juventude representa o futuro. Portanto, o Papa se dirige ao futuro deste continente, se dirige ao futuro da Ásia."

CTV: O coração da viagem será o encontro do Papa com os jovens da Ásia, que muitas vezes, numa sociedade por demais competitiva, se distanciam da Igreja buscando o sucesso na formação escolar. Qual mensagem o Papa levará a esses jovens?

Cardeal Pietro Parolin:- "Creio que a mensagem que o Papa levará a estes jovens é que eles devem se tornar protagonistas da vida da Igreja. Isso significa uma presença ativa, partícipe, feita de colaboração e de co-responsabilidade. A Igreja precisa dos jovens, nos recordava São João Paulo II, nos recorda o Papa Francisco. Portanto, ser protagonista dentro da Igreja e protagonista também na missão. Este é o chamado fundamental, os jovens devem se tornar evangelizadores de seus coetâneos. Portanto, estamos sempre na linha da evangelização, e essa é a mensagem que o Papa levará, além, naturalmente, da insistência a não deixar-se levar pelos valores efêmeros de nossas sociedades e do nosso mundo, e de encontrar em Jesus a verdadeira resposta a suas interrogações e inquietações."

CTV: Qual testemunho os mártires coreanos que o Papa beatificará em Seul podem dar às jovens gerações de católicos asiáticos?

Cardeal Pietro Parolin:- "Este é outro motivo pelo qual o Papa vai à Coreia: para a beatificação dos 124 mártires coreanos. Deve-se ressaltar o fato que dentro deste grupo há somente um sacerdote, todos os outros são leigos, que exerciam as mais variadas e diferentes profissões, das mais humildes às profissões mais elevadas na escala social, e isso nos reconduz a uma das características da Igreja coreana, ou seja, o fato que é uma Igreja nascida do testemunho e do compromisso dos leigos, que souberam conservar e transmitir a fé. Creio que essa é a mensagem fundamental, isto é, que na Igreja todos são chamados a colaborar na missão de anunciar o Evangelho e todos somos chamados à santidade, uma santidade que se pode manifestar de várias formas, mas que deve caracterizar o compromisso de cada um."

CTV: O Papa concluirá sua viagem à Coreia – que os bispos definem como sendo "a última vítima da guerra fria" – com uma missa pela paz e a reconciliação. Esta viagem poderá abrir novos canais de diálogo entre os líderes das duas Coreias e dar esperança aos católicos da Coreia do Norte?

Cardeal Pietro Parolin:- "Essa sempre foi a grande esperança da Santa Sé, que se empenhou também concretamente nesta direção. É uma constatação mais do que óbvia de que a península é ainda atingida por muitas tensões e de que a península precisa de paz e de reconciliação. Creio que a viagem do Papa ajudará também neste sentido, no sentido de continuar nessa obra de solidariedade – em prol das populações que se encontram necessitadas – e de favorecer, na medida do possível, aberturas de espaços de comunicação e de diálogo, porque creio, e é uma convicção que o Papa reiterou várias vezes, que somente através deste diálogo se podem também resolver os problemas que ainda existem, e que, se houver boa vontade por parte de todos, canais se encontram sempre." (RL)







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