Iraque: jihadistas acusados de crimes contra a humanidade
Roma (RV) - Continua a emergência política e humanitária no Iraque, onde os
milicianos do chamado Estado islâmico são acusados de novos massacres. E enquanto
continuam os bombardeios estadunidenses, a União Europeia pede para investigar sobre
crimes contra a humanidade praticados pelos fundamentalistas e o Patriarca caldeu
Louis Sako lança novo alarme sobre a situação dos cristãos.
Conseguiram colocar-se
a salvo 20 mil componentes da minoria “yazidi” que se encontram nas montanhas de Sinjar,
mas outras dezenas de milhares de pessoas estão ainda bloqueadas: poderiam ser até
150 mil segundo fontes britânicas. Para eles, chegaram as primeiras ajudas humanitárias
da Royal Air Force. Entretanto, os jihadistas teriam assassinando 500 yazidi – segundo
o governo iraquiano – e sepultos vivos também mulheres e crianças.
No campo
de batalha as forças curdas, apoiadas pelos bombardeios estadunidenses, afirmam ter
reconquistado importantes frentes a 40 quilômetros de Erbil. Continua, porém, caótica
a situação política em Bagdá: o presidente Fuad Masoum intimou o Parlamento a nomear
um primeiro-ministro, ameaçando dissolver a assembleia.
Também o ministro do
Exterior francês Fabius pediu a formação de um governo de unidade nacional, excluindo
uma intervenção militar francesa. Já a União Europeia condena “as perseguições e violações
dos direitos humanos” por parte dos fundamentalistas no norte do país: podem ser consideradas
– especifica a Alta representantes Catherine Ashton – de “crimes contra a humanidade”,
sobre os quais “é preciso investigar rapidamente”.
É “alarmante”, denuncia
enfim o Patriarca caldeu Louis Sako, a situação dos refugiados cristãos. São pelo
menos 70 mil em Ankawa, subúrbio de Erbil, e 60 mil em Dohuk: a escolha para eles
é permanecer – apesar de faltar tudo – ou emigrar. (SP)