Francisco: "Fazer críticas destrutivas não é comportamento cristão"
Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco participou sexta-feira, 08, de um
programa transmitido ao vivo pelas rádios locais Campo Gallo e Huachana, de duas paróquias
localizadas a cerca de 200 km da capital de Santiago del Estero, na província de mesmo
nome, uma das mais pobres da Argentina.
A entrevista foi concedida aos dois
‘padres de rua’ Joaquín Giangreco e Juan Ignacio Liébana, que conhecem Jorge Bergoglio
desde que era arcebispo de Buenos Aires. “Tenho vocês dentro do meu coração. O
trabalho que vocês fazem me faz feliz. Por isso começo com uma forte saudação e a
minha benção”, disse-lhes o Papa.
Usando uma linguagem muito coloquial,
Francisco disse que “quando uma comunidade cristã anda quieta é como uma água estagnada,
que é a primeira a ser corrompida. Quando uma comunidade não peregrina, não só a pé,
mas com o coração, e não tem um coração peregrino para ir além de si mesma, seja para
adorar a Deus ou para ajudar os seus irmãos, essa Igreja está moribunda e tem que
ser ressuscitada rápido”.
Na Igreja, disse, “cada um tem a sua função,
cada um tem o seu trabalho a fazer, a sua vocação. A Igreja se mantém com a oração
dos fiéis. O coração de Deus não é indiferente ao seu povo”, continuou, explicando:
“Trabalhar pela unidade sempre vai ser importante. Sempre vai haver diferenças
e brigas; a questão é não deixá-las crescer. Fazer que as coisas se resolvam entre
irmãos. É preciso conversar sim, mas com Deus. Não depreciar o outro com as palavras.
O que mais destrói a Igreja, os povos e a Nação é a crítica destrutiva. Ou seja, ficar
falando mal um do outro. Isso não é cristão”.
Questionado sobre a falta
de sacerdotes na diocese de Añatuya disse:
“Como disse Jesus, rezem para
que Deus envie pastores para a messe. O coração de Deus não é indiferente às orações
de seu povo. Orem para que o Senhor envie pastores. E eu diria aos jovens que se sentem
o chamado de Jesus, que não tenham medo. Que vejam todo o bem que podem fazer, todo
o consolo que podem dar, toda a mensagem cristã que podem transmitir e não tenham
medo. A vida é para ser arriscada, não para ser guardada. Jesus disse “quem cuida
muito da sua vida acaba perdendo-a”.
“A vida é para ser dada. É necessário
apostar em coisas grandes e não em pequenas coisinhas. E se sentir que Jesus o chama
para formar uma família, que seja uma família cristã, grande, linda, com muitos filhos
que levem a fé adiante”.
O Santo Padre concluiu lembrando que “Jesus
é muito bom. Deus nos ama. Deus nos espera sempre. Deus não se cansa de perdoar-nos.
Devemos ser humildes e pedir perdão, para seguirmos em frente. Deus quer que sejamos
felizes. E Ele está conosco. Quando passamos momentos difíceis, de cruz, de dor, temos
que lembrar que Ele passou antes e nos compreende de coração. Peço ao Senhor para
que todos os que estão ouvindo sejam muito abençoados por Ele, que Deus lhes dê força,
vontade de viver, a coragem de não se deixar roubar a esperança e, especialmente,
lhes dê uma carícia e lhes faça sorrir”. (CM)