CNBB: Sociedade despertou para questão do Tráfico Humano
Brasília (RV) – O Grupo de Trabalho de Enfrentamento ao Tráfico Humano (GT-ETH)
está reunido na capital para avaliar as ações da Campanha da Fraternidade 2014 (CF
2014), que tem como tema “Fraternidade e Tráfico Humano” e lema “É para a liberdade
que Cristo nos libertou”. O encontro também tem momentos de formação e comunicados
a respeito da repercussão da CF 2014.
Em janeiro, durante balanço sobre os
encaminhamentos do Seminário de Multiplicadores, o GT-ETH constatou que grande parte
da Igreja e da sociedade foi despertada e sensibilizada com relação ao assunto. Os
desafios observados mostram a necessidade da continuidade de reflexão e ações em torno
do tema, bem como o fortalecimento do debate nos regionais da Conferência Nacional
dos Bispos do Brasil (CNBB) e a ampliação da discussão em outras instâncias. A reunião
do GT-ETH recebe dos multiplicadores a partilha dos compromissos assumidos diante
da CF 2014.
Os momentos de exposição e formação contam com explicações sobre
“Tráfico de Pessoas e legislação”, com a abordagem por especialistas sobre o andamento
no Congresso Nacional de normas a respeito do tema. Também é lembrada a posição da
CNBB em relação à Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do Trabalho Escravo, promulgada
pelo Senado em julho. A Emenda prevê a expropriação de imóveis rurais ou urbanos em
que se verifique a prática de trabalho escravo.
Outra questão tratada na reunião
do Grupo de Trabalho é o pedido do Conselho Federal de Medicina (CFM) para que a CNBB
apoie a entidade na campanha de prevenção ao desaparecimento de crianças. No dia 21
de julho, o membro da Comissão de Ações Sociais do CFM, Ricardo Paiva, apresentou
ao bispo auxiliar de Brasília e Secretário-geral da CNBB, Dom Leonardo Steiner, os
elementos da iniciativa que propõe divulgar medidas que previnam o desaparecimento
de crianças e que orientam as famílias no caso de ocorrência do fato.
Segundo
Paiva, o CFM trabalha com a informação de 50 mil crianças desaparecidas a cada ano.
Organizações internacionais alertam que a metade delas não é encontrada. Em relação
ao tráfico de menores, Ricardo Paiva lembrou os dados da Fundação das Nações Unidas
para a Infância (Unicef), que apontam o número de um milhão e duzentas mil crianças
traficadas por ano. “Essas crianças são fundamentalmente para o trabalho escravo,
sexual e doação de órgãos”, recorda.
Os participantes também debatem a preparação
de um seminário sobre tráfico humano para o ano que vem, além de encaminhamentos e
proposta de continuidade do trabalho. (CM-CNBB)