Papa nomeia o Cardeal Filoni seu Enviado pessoal ao Iraque
Cidade
do Vaticano (RV) - O Papa lançou um novo tuíte nesta sexta-feira em sua conta
@Pontifex. Diz o texto: "Peço a todos os homens de boa vontade que se unam
às minhas orações pelos cristãos iraquianos e por todas as comunidades perseguidas".
E, à luz das graves situações no Iraque, o Santo Padre nomeou o prefeito da Congregação
para a Evangelização dos Povos, Cardeal Fernando Filoni, seu Enviado pessoal para
expressar sua proximidade espiritual às populações que sofrem e levar-lhes a solidariedade
da Igreja. A esse propósito, eis o que disse o Cardeal Filoni, entrevistado pela Rádio
Vaticano:
Cardeal Fernando Filoni:- "Certamente é um gesto de confiança
do Papa em relação a mim, mas diria que, sobretudo, é um gesto que manifesta a solicitude
do Papa para com a situação destes cristãos, que sofrem neste momento: o sofrimento
por terem deixado a própria casa e por verem suas raízes ceifadas, por terem sido
humilhados, deixando suas casas assim como estavam e buscando refúgio em outro lugar.
Portanto, essa solicitude do Papa parece-me ser a coisa mais importante e, desse ponto
de vista, espero poder ir ao encontro da exigência de tantas pessoas e não somente
manifestando este aspecto próprio da solicitude do Papa, mas também buscando ver junto
com o Patriarcado o que podemos fazer como Igreja universal."
RV: Certamente
será uma viagem difícil e delicada: já se tem alguma idéia em relação a sua organização?
Cardeal
Fernando Filoni:- "Neste momento estamos buscando organizar a viagem, mesmo porque
não é fácil chegar ao lugar... Mas não é necessário por demais assustar-se. Indubitavelmente
disporemos do que for necessário para realizar a viagem e ver de que modo por algum
tempo podemos estar próximos deste povo."
RV: O Patriarca caldeu Dom
Sako falou em risco de genocídio...
Cardeal Fernando Filoni:- "O Patriarca
Sako encontra-se in loco e, portanto, conhece muito bem muitos aspectos que,
infelizmente, podem passar-nos despercebidos. Infelizmente, não é a primeira vez que
o povo cristão desta área se vê obrigado a migrações e também a sofrimentos indizíveis.
Isso já havia começado quase um século atrás e se repetiu mais vezes durante a história
destes últimos 90 anos de vida do Iraque, quando o território passou do Império Otomano
a um Estado independente como todos os outros países da região. Portanto, é uma população
que ainda carrega sofrimentos dentro de si e compreendo também a expressão do Patriarca."
RV:
O senhor gostaria de lançar um apelo às populações que irá visitar?
Cardeal
Fernando Filoni:- "Em primeiro lugar, buscarei levar a solidariedade e a proximidade
na oração, inclusive concretamente. Estou certo de que também depois o Santo Padre
me dirá aquilo que ele deseja apresentar a esta população, que é querida para o Papa,
bem como para a Igreja no mundo inteiro." (RL)