Arcebispo de Aleppo Dom Marayati traz a dor de seu povo ao Papa
Cidade do Vaticano (RV) - “Em Aleppo a nossa gente está sem comida, sem água,
sem luz e vive no medo do que vai acontecer amanhã, sempre olhando para o céu para
ver se chovem mísseis”. Esta é a “dura realidade” que se vive na Síria, nas palavras
de Dom Boutros Marayati, Arcebispo de Aleppo para os armênios católicos, que se encontrou
com o Papa Francisco, no final da audiência geral desta quarta-feira na Sala Paulo
VI.
“A única via de saída praticável - diz o prelado sírio ao jornal L’Osservatore
Romano - é um cessar-fogo imediato para permitir, finalmente, o início de um diálogo
franco entre todas as partes em causa, a fim de se chegar a uma solução pacífica que
garanta a bem da população”.
Ao Santo Padre, o arcebispo trouxe “a dor e a
esperança dos cristãos sírios”. Ele também apresentou ao Papa, Yaghlji Gemma, uma
mulher, mãe de dois filhos, que continua a servir na paróquia e ensinar religião nas
escolas, apesar dos bombardeios que – afirma Dom Marayati – atingiram também o seu
arcebispado.
Precisamente o “corajoso testemunho de tantos leigos estão mantendo
viva a esperança de uma cidade assediada e que, no momento, não vê perspectivas de
paz”.
Entretanto, duas italianas que viajaram à Síria no final de julho para
trabalhar como voluntárias foram sequestradas há alguns dias em Aleppo. São: Vanessa
Marzullo e Greta Ramelli, ambas originárias da região da Lombardia. A notícia foi
confirmada pelo Ministério das Relações Exteriores da Itália. “Ativamos imediatamente
os nossos canais de informação e de busca para as necessárias investigações. As duas
cidadãs estavam em Aleppo para realizar projetos humanitários nos setores, sanitário
e hídrico. Nossa unidade de crise já entrou em contato com as famílias, que estão
sendo constantemente informadas sobre o desenvolvimento do caso”, diz uma nota da
Farnesina, a chancelaria italiana. (SP)