2014-08-06 18:06:14

Ecclesiam suam de Paulo VI completa 50 anos: a Igreja em diálogo com o mundo


Cidade do Vaticano (RV) - Cinquenta anos atrás, 6 de agosto de 1964, Paulo VI assinava sua primeira Encíclica, intitulada "Ecclesiam suam". Na audiência geral desta quarta-feira Francisco recordou o Papa Montini, que veio a falecer exatamente 14 anos após aquele documento, em 1978, num 6 de agosto como hoje, Festa da Transfiguração.

"Nós o recordamos com afeto e com admiração – disse o Papa Francisco –, considerando como viveu totalmente dedicado ao serviço da Igreja, a qual amou com todo seu ser. Que seu exemplo de fiel servidor de Cristo e do Evangelho sirva de encorajamento e de estímulo para todos nós."

"Jesus Cristo fundou a sua Igreja, para ser ao mesmo tempo mãe amorosa de todos os homens e medianeira de salvação": as primeiras palavras da Encíclica dão o tom do documento, todo ele inspirado no diálogo com o mundo, a partir da consciência da própria identidade.

"A Igreja – afirma Paulo VI – deve aprofundar a consciência de si mesma", da sua "missão que a transcende, de um anúncio a ser difundido. É o dever da evangelização. É o mandato missionário".

Sobre o contexto em que a Encíclica foi escrita, eis o que disse o presidente do Instituto Paulo VI, Pe. Angelo Maffeis, entrevistado pela Rádio Vaticano:

Pe. Angelo Maffeis:- "Não podemos esquecer que o Concílio estava reunido naquele momento. Paulo VI, eleito em junho de 1963 após a morte de João XXIII, herdara esta empresa do Concílio de há pouco iniciado. Portanto, também a Encíclica inaugural deve ser colocada em relação com o esforço e a reflexão em andamento dos Padres conciliares, e que Paulo VI, imediatamente após sua eleição, declarou querer continuar. De um lado, Paulo VI quer respeitar a liberdade do colégio episcopal reunido em Concílio de amadurecer sua reflexão sobre a Igreja, e, de outro, com esta Encíclica, oferece sua contribuição pessoal para a reflexão que a Igreja estava fazendo naquele momento, colocando alguns dos acentos que permanecem característicos de seu modo de interpretar o serviço que o Bispo de Roma, o Papa, é chamado a prestar à Igreja."

RV: Na Encíclica havia um chamado a uma consciência da Igreja, sobre si mesma e sobre sua missão...

Pe. Angelo Maffeis:- "Exatamente. O primeiro dos temas sobre os quais Paulo VI chama a atenção é, justamente, o da consciência que a Igreja é chamada a renovar de si mesma, de sua identidade e missão. Costuma-se chamar este documento de a Encíclica do diálogo; e é verdade que é um tema certamente importante, mas não se pode esquecer que o primeiro tema é, exatamente, a consciência que a Igreja é chamada a renovar de si em linha com a reflexão, o aprofundamento que o Concílio estava fazendo. Ademais, o tema da renovação e da reforma da Igreja. Estes são os três temas, a identidade, a renovação e o diálogo, que cadenciam a reflexão de Paulo VI nesta Encíclica." (RL)







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