Uberaba (RV) - A história dos povos sempre teve marcas relevantes de tempestades
e calmarias. Mas não podemos descartar o nível de fé e de confiança na vida das pessoas.
Entendemos “tempestade” como os diversos momentos de sofrimento, derrotas e insatisfações,
seja pessoal ou social. A violência e a incapacidade de autodefesa não deixam de ser
uma grande tempestade, chegando a enfraquecer a esperança.
Podemos interpretar
a “calmaria” como a presença de Deus na vida. Ele proporciona segurança e capacidade,
que favorecem atitudes de calma e serenidade nos momentos de tempestade. Faz com que
as pessoas não deixem o “barco afundar” e conseguem ter equilíbrio na condução dos
objetivos de vida. Deus está no ressoar da brisa mansa e no silêncio, dando segurança
para os seus discípulos.
Estamos em tempo de correria, sintoma de tempestade,
incapacitando as pessoas para a serenidade e a calma. Isto contribui para dificultar
a perfeição e a normalidade das coisas. Deus nem sempre está nas coisas grandes e
violentas. Não está na tempestade, mas acalma a tempestade, porque Ele é Deus da paz
e da harmonia.
A cena bíblica de Jesus andando sobre as águas agitadas do mar
da Galileia dá aos discípulos a impressão de um fantasma (Mt 14, 25-26), mas logo
reconhecem a presença de uma força libertadora, porque Ele acalma a tempestade. As
dificuldades não podem favorecer o medo na vida de quem tem fé em Deus, porque Ele
é a confiança.
O mundo sofre os efeitos das tempestades da história. Estamos
numa mudança de época e de princípios norteadores sendo totalmente esvaziados. Não
só nas manifestações sociais, familiares e culturais, mas também no âmbito da natureza
ecológica. A falta de água em São Paulo é reflexo de desequilíbrio provocado na natureza.
As
periferias do mundo, as insatisfações sociais, a exclusão cada vez maior de pessoas,
tudo isto revela a presença relevante de tempestade. Nesta realidade é fundamental
enxergar a presença de Jesus Cristo como Aquele que é capaz de provocar calmaria em
tempo totalmente tempestuoso e globalizado.