Relações de paz: em meio a conflitos, diplomacia vaticana entra em ação
Cidade do Vaticano (RV) – A Secretaria de Estado enviou às embaixadas acreditadas
junto à Santa Sé uma “Nota” contendo os recentes apelos em prol do Oriente Médio feitos
pelo Papa Francisco em suas alocuções dominicais.
A propósito, a Rádio Vaticano
entrevistou o Secretário das Relações com os Estados, Dom Dominique Mamberti, que
fala do trabalho da Santa Sé em meio a conflitos, em especial no Iraque:
Dom
Mamberti:- A Santa Sé atua em vários níveis. Antes de tudo, o próprio Santo Padre
manifestou em inúmeras ocasiões e de modo comovido sua proximidade às comunidades
cristãs, em especial às famílias de Mosul, convidando todos a rezarem por elas. Pessoalmente,
expressei minha solidariedade a alguns líderes religiosos, entre os quais o Patriarca
de Babilônia dos Caldeus e o Patriarca de Antioquia dos Sírios, encorajando pastores
e fiéis a serem fortes na esperança. Enviei também uma ajuda econômica às famílias
por meio do Pontifício Conselho Cor Unum, para ir ao encontro das necessidades humanitárias.
Da nossa parte, portanto, a Secretaria de Estado, através de seus canais diplomáticos,
continua a estimular a atenção das autoridades internacionais e dos governos para
o destino desses nossos irmãos. Esta semana, segunda e terça-feira, foi enviada uma
nota a todas as embaixadas acreditadas junto à Santa Sé com o texto dos últimos apelos
do Santo Padre concernentes à situação do Oriente Médio de modo geral, com o pedido
de que a mensagem seja repassada para os respectivos governos. Os nossos votos são
de que a comunidade internacional se preocupe seriamente com a questão, já que estão
em jogo princípios fundamentais da dignidade humana, o respeito dos direitos de cada
pessoa, por uma convivência pacífica e harmoniosa dos indivíduos e dos povos.
Quanto
à crise entre israelenses e palestinos, Dom Mamberti define a situação “trágica e
muito triste”, com o risco de habituar-se ao conflito e de considerá-lo inevitável.
“O
Santo Padre dirigiu inúmeros apelos a continuar a rezar, invocando o dom da paz e
acolhendo o chamado que vem de Deus a romper a espiral de ódio e de violência que
afasta a paz. Gostaria de reiterar aqui o convite do Papa aos líderes locais e internacionais
a não pouparem qualquer esforço para fazer cessar toda hostilidade e obter a paz desejada
para o bem de todos. Como diz o próprio Papa Francisco, é preciso mais coragem para
fazer a paz do que para fazer a guerra.”