Cidade do Vaticano
(RV) - Na primeira leitura extraída do Primeiro Livro dos Reis, fica muito claro
a sabedoria de Salomão não apenas pelo conteúdo de sua oração, mas pelo modo como
se dirige a Deus. No seu modo de falar com o Senhor, fica explícita sua humildade
e a consciência de seu lugar: apesar de rei, diante de Deus ele é servo.
Ele
também demonstra sabedoria ao não se sentir proprietário do povo, mas condutor do
rebanho que pertence a Deus.
Finalmente ele pede sabedoria para praticar a
justiça. Deus não só aceita a oração de Salomão, mas o abençoa com o dom do discernimento
em um coração sábio e inteligente.
A parábola de Mateus apresentada hoje pela
liturgia termina com o relato do discernimento feito pelos pescadores que “recolhem
os peixes bons nos cestos e jogam fora os que não prestam.”
Jesus, ao falar
do Reino dos Céus o comparou a “uma rede lançada ao mar e que apanha todo tipo de
peixe”. Nossa atitude em relação ao Reino, aos seus valores, nos identificará como
bons ou não. Até onde somos capazes de renúncias, mudanças de vida, despojamento por
causa do Reino, por causa de justiça?
A segunda leitura nos fala de nossa predestinação
à felicidade plena. Deus nos criou para sermos salvos, para agirmos neste mundo em
favor da justiça e da paz, como cidadãos do Reino que virá, ou melhor, que já está
instaurado neste mundo através da ação dos homens de boa vontade, daqueles que são
imagem de Cristo.
Concluindo, podemos tirar para nossa vida que a sabedoria,
o discernimento estão presentes no coração daqueles que se sentem servos diante de
Deus e dos irmãos, daqueles que possuem e lutam pelos valores do Reino, daqueles que
lutam pela justiça e pela paz. Esses confirmam a predestinação para o Céu, pois são
no mundo imagem e semelhança de Cristo.