2014-07-19 10:13:59

Crise na Faixa de Gaza – o comentário do biblista português José Carlos Carvalho que estudou e viveu na Terra Santa


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Na Faixa de Gaza continua a ofensiva terrestre israelita. Esta ofensiva, lançada na quinta-feira à noite, surgiu ao fim de dez dias de ataques aéreos israelitas na região, em resposta ao lançamento de rockets pelo Hamas, segundo afirma o Governo de Israel. De acordo com fontes médicas palestinianas, em menos de duas semanas foram mortos 260 palestinianos e 1770 ficaram feridos, a esmagadora maioria civis – a ONU estima que 80% dos mortos eram civis, entre os quais dezenas de mulheres e crianças. Do lado israelita há a lamentar apenas a morte de um civil e de um militar.
O Secretário Geral da Nações Unidas Ban-Ki-moon já pediu o fim das hostilidades dizendo-se alarmado com os acontecimentos. Segundo a ONU já são quase 100 mil os habitantes da Faixa de Gaza que têm necessidade de ajuda porque perderam as suas casas devido aos bombardeamentos .
Para compreendermos melhor o que se está a passar na Faixa de Gaza pedimos um comentário ao biblista português José Carlos Carvalho, professor na Universidade Católica Portuguesa, que estudou e viveu na Terra Santa:

“Quem lá esteve percebe que são forças desiguais, que o argumento da segurança é um pretexto, que por um lado tem alguma razão de ser, mas que também abriu a porta para se ter construído o muro, se ter recriado um apartheid para os palestinianos. Também é verdade que com esse muro acabaram os atentados suicidas em Israel. “
“Isto é, quem lá esteve, e eu tive esse privilégio, percebe que as armas não vão resolver o assunto. Vão, eventualmente cilindrar e obrigar a uma resignação, mas que não vão resolver o assunto. Porque a questão está por resolver desde 67 e quem lá estava viu terras serem-lhes tiradas e a continuarem a ser tiradas, a criarem colunatos em terras que não são dos próprios. Isso causa uma revolta enorme que depois explode ... e depois é sempre o velho discurso de que nós atacamos porque a culpa foi sempre do outro. “
“Não é com a lei das armas com a força da violência que se resolve e vemos que a população está completamente desamparada. Portanto, num lado e no outro não há o sentido da democracia. E quando isso não há, todos os argumentos são passíveis de ser usados e apresentados como pretexto para justificar aquilo que é injustificável mas que obviamente convém sempre justificar.” (RS) RealAudioMP3








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