Juba (RV) - Sete meses desde que os conflitos começaram no dia 15 de dezembro
de 2013 em Juba, capital do Sudão do Sul, a situação tem melhorado após o acordo para
cessar-fogo e acesso de ajuda humanitária às populações vítimas da guerra.
O
acordo foi assinado em maio passado, informam os missionários e outros agentes no
país. Porém, permanecem ainda muitos desafios, tensões e uma paz frágil. Alimentos
e remédios começam a chegar em muitas localidades, apesar do difícil acesso nesta
época das chuvas. Mesmo assim, tem crescido a mortalidade infantil com o surgimento
de muitas doenças, como cólera, e o aumento de casos de malária. O acordo de paz está
sendo implementado em parte.
Governo e oposição trocam acusações de ataques
às suas respectivas bases. Há informações de que houve novos confrontos no começo
desta semana em Bentiu, capital do estado de Unity, rico em produção de petróleo e
uma das áreas mais afetadas pela guerra civil.
Segundo o jornal on line Sudan
Tribune, mais de 120 soldados teriam sido mortos nesses últimos ataques. Esses novos
confrontos demonstram uma violação do acordo de paz e dificultam acesso de ajuda humanitária
ao povo em diversas localidades isoladas. As negociações de paz não estão concluídas
e continuam sendo adiadas.
Segundo informa o mesmo jornal, o governo sul-sudanês
confirma a compra de mais armamentos no valor de 38 milhões de dólares. O negócio
teria sido feito com a maior fabricante de armas da China, a NORINCO, através da China
North Industries Group Corp. A China mantém relações comerciais com o Sudão do Sul
e é um de seus maiores compradores de petróleo.
As agências de ajuda humanitária
que operam no Sudão do Sul precisam de 1.3 bilhões de dólares para intervenção na
crise, informa Sudan Tribune, e mais de 1 bilhão de dólares teriam sido gastos na
compra de armamentos pelo governo do Sudão do Sul desde que os conflitos começaram
em dezembro de 2013.
Pe. Raimundo Nonato Rocha dos Santos Missionário
Comboniano