Card. Pell: Francisco quer mudanças rápidas na economia vaticana
Cidade do Vaticano (RV) - "Existem muitos desafios e muito trabalho a ser feito".
Foi o que afirmou o Prefeito da Secretaria para a Economia, Cardeal George Pell, ao
apresentar na manhã desta quarta-feira, 9, na Sala de Imprensa, o "Novo quadro econômico
na Santa Sé". O purpurado anunciou importantes iniciativas em relação à APSA (Administração
do Patrimônio da Santa Sé), o Fundo de Pensões, as mídias vaticanas e o IOR (Instituto
para as Obras de Religião). Também esteve presente na coletiva, o Presidente em saída
do IOR, Ernst von Freyberg.
O Papa Francisco deseja que "tais mudanças ocorram
rapidamente" - afirmou o Cardeal Pell - para enfrentar "pontos débeis e riscos" já
identificados pela Pontifícia Comissão, referência de estudos sobre organização da
estrutura econômica administrativa da Santa Sé (COSEA). Por isto foi criado um Project
Management Office (PMO), dirigido pelo australiano Danny Casey, ex-Business manager
da Arquidiocese de Sidney.
As novidades dizem respeito à seção ordinária da
APSA que é transferida - como estabelecido pelo Motu Proprio do Papa publicado hoje
- à Secretaria para a Economia, que vigiará as agências da Santa Sé, políticas e procedimentos
de aquisições e distribuição de recursos humanos. O restante do pessoal da APSA será
dedicado à atividade de tesouraria, restabelecendo estreitas relações, com todos os
principais bancos centrais - como pedido pelo Moneyval - para garantir a liquidez
e estabilidade financeira à Santa Sé.
Em relação ao Fundo de Pensões foi nomeado
um comitê técnico - guiado por Dom Brian Ferme, coadjuvado por quatro especialistas
leigos - Bernhard Kotanko (Áustria), Andrea Lesca (Itália), Antoine de Salins (França)
e Prof. Nino Savelli (Itália) - para formular propostas de revisão ao Conselho para
a Economia até 2014; as aposentadorias atuais e para a próxima geração estão asseguradas,
mas é necessário garantir disponibilidade suficientre para o futuro.
Também
as mídias vaticanas serão reformuladas, segundo as novas tendências de consumo, melhorando
a coordenação entre elas e reduzindo as suas despesas. Em até 12 meses um Comitê de
especialistas internacionais e referentes vaticanos proporão um plano. O grupo será
presidido pelo britânico Lord Christopher Patten, assessorado por Gregory Erlandson
(USA), Daniela Frank (Alemanha), Pe. Eric Salobir (França), Letícia Soberon (Espanha,
México) e George Yeo (Singapura). Junto a Dom Paul Tighe (Pontificio Conselho das
Comunicações Sociais), Giacomo Ghisani (Radio Vaticano ), Dom Carlo Maria Polvani
(Secretaria de Estado), Dom Lucio Adrián Ruiz (Internet Service Vaticano) e Giovanni
Maria Vian (L'Osservatore Romano).
Por fim, um novo grupo dirigente para o
IOR, guiado por Jean-Baptiste de Franssu, chamado a partir de hoje a realizar a segunda
fase das reformas - após a primeira concluída pelo seu predecessor von Freyberg -,
tendo três prioridades: reforçar o business do IOR, transferir a gestão do patrimônio
a um novo 'Vatican asset Management (Vam)' e concentrar as suas atividades a serviço
do clero, congregações, dioceses e leigos dependentes vaticanos. (JE)