2014-07-09 12:04:38

Aumenta o número de casamentos de adolescentes no mundo


RealAudioMP3
Acra - (RV) - São cerca de 34 mil as jovens menores de 15 anos que a cada ano, em Gana, na África, são forçadas a casar. Como refere o Fundo da Educação das Crianças das Nações Unidas, embora as leis do país proíbam o matrimônio de menores de 18 anos de idade, a taxa de casamentos ilegais está em crescimento. Na direção da tutela dos menores, se envolveu o governo da Holanda, que fez uma doação de 6 milhões de dólares à Gana. ”Forçar as adolescentes ao matrimônio é um abuso”, disse a ministra dos Países Baixos para a Cooperação ao Desenvolvimento, Lilianne Ploumen.

O caso de Gana é emblemático para entender as dinâmicas de uma praga terrível e em dramático aumento, como aquele das esposas crianças. Estas esposas, afirma a UNICEF, o Fundo da ONU para a Infância, são meninas que têm direitos humanos fundamentais negados e, por isso, são mais expostas à violência, aos abusos e à exploração. As crianças são precocemente retiradas do ambiente da família de origem e da rede de amizades com os outros membros da comunidade. As conseqüências na esfera afetiva, social e cultural são devastadoras.

Nos países em via de desenvolvimento, sem a inclusão da China, casam cerca de 70 milhões de adolescentes por ano. Os matrimônios deste tipo se contrapõem aos princípios da convenção da ONU sobre os direitos da infância e da adolescência, que garante o direito, a cada pessoa abaixo dos 18 anos, de expressar sua própria opinião e de ser protegida da violência e da exploração.

As taxas mais elevadas de difusão dos matrimônios precoces são registradas na Ásia meridional e na África. As mesmas regiões do planeta onde também existem outros fenômenos como a mortalidade materna e infantil, a desnutrição e o analfabetismo. Mas a coisa ainda mais grave é que, casar em idade precoce, comporta uma série de conseqüências negativas para a saúde e o desenvolvimento. A partir do matrimônio, quase inevitavelmente, seguem o abandono da escola e uma gravidez precoce, seja para a mãe, seja para o bebê.

Os dados mostram que a gravidez precoce provoca, a cada ano, 70 mil mortes entre adolescentes de 15 e 19 anos. Isto se constitui numa estatística reveladora da mortalidade materna global. Já os bebês que nascem de uma mãe adolescente têm 60 por cento de probabilidade a mais de morrer na idade neonatal em relação a um bebê que nasce de uma mãe com idade acima dos 19 anos. E também quando sobrevive, são muito mais altas as possibilidades de sofrer de desnutrição e retardos cognitivos ou físicos.(EF)








All the contents on this site are copyrighted ©.