Urge diálogo entre Igreja e Estado sobre as novas formas de escravatura - Arcebispo
de Valência
O arcebispo de Valência e vice-presidente da Conferência Episcopal Espanhola, D. Carlos
Osoro, convidou o país a reflectir sobre a pessoa humana no âmbito do trablaho, do
estudo e da justiça a fim de fazer face às novas formas de escravatura presentes na
sociedade hodierna. O apelo foi lançado por ocasião da inguração da “Jornada
Igreja e Estado” organizada pelo Conselho Geral do Poder Judicial, que teve lugar
sexta-feira passada na sede do Tribunal Supremo de Justiça da Comunidade de Valência.
Segundo o prelado, o cidadão do século XXI considera que a escravatura seja um problema
do passado, mas a realidade é que está presente, com força e intensidade, em diversos
contextos da sociedade de hoje. “Por isso, é necessário aprofundar o tema do respeito
dos direitos humanos e não ficar indiferentes aos problemas que que nos apertam e
nos preocupam: o vazio existêncial, as dependências, os suícidios, as agressões ou
a perda de equilibrio emocional” – disse D. Osório recordando que a Doutrina Social
da Igreja e o Magisterio do Papa chamam a atenção para este dramático fenómeno que
diz respeito também à violação dos direitos fundamentais da pessoa como o da liberdade
religiosa. Por fim, o arcebispo de Valência voltou a sublinhar que a Igreja e o Estado
devem dialogar no âmbito do direito. “É importante – disse – que a concepção fundamental
de pessoa humana contida no Direito Canónico seja partilhada em jeito de experiência,
exercício e diálogo com o Direito Civil. Um diálogo que é possível e urgente”.