Primeira guerra mundial faz 100 anos e Igreja busca promoção da paz
Paris - (RV) - “O tempo de comemoração é também o tempo de promover a paz.” É isto
que escreve Dom Francis Maupu, bispo de Verdun, França, e Presidente da Comissão Episcopal
Francesa para a Justiça e a Paz. Na newsletter mensal, difundida nos últimos dias,
o bispo se atém às comemorações dos 100 anos da Primeira Guerra Mundial, deflagrada
a partir do atentado de Sarajevo. “Lembrar a grande guerra significa rememorar algumas
imagens: os filhos dos soldados que foram ao front e os grupos que retornaram, sempre
menos numerosos; o olhar vazio daqueles que viram o indizível; os reféns fuzilados,
os civis massacrados, as vilas incendiadas,” afirmou.
“Nunca mais!” é o desejo
que se tem, diz o prelado. “Mas infelizmente, a paz não é assim tão espetacular quanto
a guerra, mesmo quando não há conflitos já é difícil pronunciar palavras de paz, imaginem
na guerra”, completou. Dom Maupu recorda a figura de Bento XV que definiu a grande
guerra como uma “tragédia inútil” e se voltou aos países beligerantes, pedindo-lhes
para “substituírem a força material das armas pela força moral do direito.”
O
Pontífice, recorda o bispo, organizou a pastoral dos soldados, o apoio aos órfãos
da guerra e propôs a troca de prisioneiros: gestos e palavras, evidencia Dom Maupu,
que ainda hoje ressoam adequadas aos tantos discursos vibrantes dos políticos da época.
A interrogação final proposta: “medimos a distância entre o mundo como poderia ser
se o Papa tivesse sido escutado e o mundo como é na realidade hoje? E agora, perguntemo-nos
se uma meditação realística pode hoje nutrir a esperança,”concluiu o bispo.(EF)