2014-07-08 17:34:07

Filipinas: bispo de Mindanao defende luta não-violenta para se alcançar objetivos de justiça e paz


Manila (RV) - O bispo de Malaybalay, na ilha filipina de Mindanao, Dom Jose Cabantan, condenou duramente o assassinato do prefeito de Impasug-ong, Mario Okinlay.

Pela primeira vez, um prelado filipino pronunciou-se na luta violenta perpetrada há décadas pelo Novo Exército Popular – uma armada paramilitar do Partido comunista local – ressaltando que a diocese é contrária "à violência como meio para alcançar os objetivos de paz e justiça (social)", reporta a agência missionária AsiaNews.

"Condenamos a morte do Prefeito Mario Okinlay e todos os homicídios extra-judiciais que se verificaram em nossa diocese", prossegue o bispo, numa nota enviada a MindaNews. O bispo acrescenta que somente Deus "é dono de nossas vidas" e que ninguém tem o direito de "tirar a vida de outro".

Semana passada, a cúpula do Novo Exército Popular – organização ativa desde o final dos anos 60 e considerada organização terrorista pelos governos de Manila, Washington e pela União Européia – assumiu a responsabilidade pela morte de Okinlay.

Numa comunicação oficial, o porta-voz da divisão Centro-Sul da referida armada paramilitar ressaltou que o prefeito foi assassinado por causa de "suas atividades contra-revolucionárias" com o pretexto de implementar projetos "de paz e desenvolvimento".

O alcaide foi assassinado na última quarta-feira, 2 de julho, durante uma ação de guerrilha do movimento rebelde, sendo alvejado por disparos efetuados por um franco-atirador.

A resposta de Dom Cabantan foi contundente. Diante de uma lógica de violência e terror, o prelado relançou o desejo de se viver num lugar em que "não se tem medo de caminhar ao aberto à noite e onde é possível dormir em paz". O bispo de Malaybalay acrescentou que "jamais haverá paz e justiça enquanto não tivermos paz e justiça nos corações".

Relançando as palavras do Papa Francisco, o prelado acusa aqueles que continuam perpetrando lógicas de violências e conflitos, fazendo-se levar por "ídolos e interesses pessoais". O bispo convida a não perder a esperança e a continuar caminhando "para alcançar os objetivos de paz e justiça" mediante um método de luta "não-violento". (RL)







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