Declarações de D. Bregantini, Arcebispo de Campobasso-Boiano, a propósito da excomunhão
Foi realizada no Domingo 6 de Julho uma séria reflexão sobre o tema da excomunhão
aos mafiosos, lançada pelo Papa Francisco na região da Calábria. A questão (e não
a revolta, como alguns órgãos de imprensa se precipitaram a informar!) por parte dos
detidos da prisão de alta segurança de Larino, na Diocese de Termoli, foi tornada
ainda mais verdadeira e profunda com a sabedoria do Bispo D. Gianfranco De Luca, que
foi de propósito visitar a prisão, conversando serenamente com os irmãos reclusos
e celebrando a Eucaristia com eles.
O tema é extremamente precioso e importante.
Na verdade, trata-se de perceber como conciliar o apelo à misericórdia (que o Papa
Francisco sempre lança, mesmo nas terras de Molise!) e a dramática realidade da excomunhão,
que de facto exclui os mafiosos da celebração da comunhão durante a Eucaristia. Na
verdade, na prisão de Isérnia, exprimiu-se desta forma: Deus é pai, é misericórdia,
nos ama sempre. Se nós o procurarmos, Ele nos acolhe e nos perdoa, porque "nunca
se cansa de perdoar", que é o lema desta visita. Ele nos levanta novamente e nos restitui
plenamente a nossa dignidade plenamente. Deus não se esquece de nós", como diz Isaías:
"Mesmo que uma mãe se esquecesse do seu próprio filho - e é impossível - Eu nunca
te esquecerei" (Is 49:15).
A pergunta feita pelos reclusos de Larino nos interpela,
contudo, a todos nós. Tanto aos teólogos como aos moralistas, para além das pessoas
de cultura e fé. Por isso, como bispo, padre Giancarlo Bregantini, como Presidente
da Comissão Episcopal para a pastoral social, Trabalho e Justiça e Paz, dirijo um
apelo urgente para que possamos reflectir juntos sobre como se pode conciliar a
força da misericórdia e o drama da excomunhão.