2014-07-07 10:56:11

Papa Francisco um ano depois da visita a Lampedusa: vencer a lógica da indiferença


Inclinar-se para os migrantes "sem cálculos, nem temores, com ternura e compreensão" - é o convite do Papa Francisco numa mensagem enviada ao arcebispo de Agrigento Francesco Montenegro por ocasião do primeiro aniversário da sua visita a Lampedusa, que terá lugar no próximo dia 8 de Julho. Pela mesma ocasião, foi celebrada uma Missa na manhã do último Domingo na igreja paroquial de São Gerlando em Lampedusa pelo cardeal Antonio Maria Vegliò, presidente do Pontifício Conselho para os Migrantes.
Os migrantes, "em busca de uma vida melhor" e os habitantes de Lampedusa, "empenhados num acto louvável de solidariedade": são eles o centro da mensagem do Papa Francisco, doze meses após a sua visita à ilha. "Depois de um ano – recorda o Pontífice - o problema da imigração se está agravando e outras tragédias, infelizmente, se seguiram com um ritmo acelerado". O nosso coração, continua o Papa, "tem dificuldade de aceitar a morte destes nossos irmãos e irmãs, que enfrentam viagens extenuantes para escapar de dramas, pobreza, guerras, conflitos, muitas vezes ligados a políticas internacionais". Um drama que "deve ser enfrentado não com a lógica da indiferença, mas com a lógica da hospitalidade e partilha", em nome da dignidade de cada ser humano.

Eis pois o apelo a "continuar a inclinar-se sobre o necessitado para estender-lhe a mão, sem cálculos, nem temores, com ternura e compreensão". "Eu espero – escreve particularmente o Papa Francisco - que as Instituições competentes, especialmente a nível europeu, sejam mais corajosas e generosas em socorrer os refugiados". À Europa também se dirigiu o Cardeal Antonio Maria Vegliò, durante uma missa em Lampedusa, depois de ter recordado que o povo de Lampedusa foi "o abraço que acolheu homens e mulheres, crianças e jovens" que chegaram ao continente. A emigração, disse ele, se gerida correctamente, na regularidade e segurança ...
"... não é uma ameaça, mas pode ser uma oportunidade para a Europa, que hoje se mostra cansada e envelhecida. Quando a Europa reconhece as raízes cristãs da sua generosa abertura ao próximo, o continente rejuvenesce, pois as suas raízes são caracterizadas pelo acolhimento, o respeito pela diversidade e a busca do bem comum".
Em seguida o purpurado se perguntou:
"Com qual coragem podemos rejeitar, lançar novamente ao mar ou devolver ao País de origem aqueles que fogem sob a ameaça da sua própria existência? Que méritos temos nós para vivermos num país bonito como a Itália, um país rico, mesmo nas dificuldades actuais, um país livre? E que demérito têm os nossos irmãos e irmãs que vivem em países difíceis onde há fome, onde não existe a liberdade?
A partir destas mesmas perguntas "vem a importante questão da justa distribuição da riqueza mundial", que se abate de modo dramático sobre a África, um continente do qual muitos dos imigrantes de hoje provêm e que está a ser empobrecido "não apenas dos seus recursos, mas também das suas forças juvenis". "Rezo ao Senhor - concluiu o Cardeal Vegliò – para que as Instituições da União Europeia e de toda a Comunidade internacional se deixem convencer a agir com maior coordenação e com autêntico espírito de colaboração, para a criação de um mundo mais justo, um mundo com maior solidariedade, um mundo mais humano".








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