Arcebispo Bregantini: Francisco deu nova coragem ao povo do Molise
Cidade do Vaticano (RV) - O trabalho e a solidariedade estiveram certamente
entre os temas candentes da visita do Papa Francisco a Campobasso, no âmbito da visita
pastoral que fez neste sábado, além da referida cidade da região italiana do Molise,
às localidades de Castelpetroso e Isernia. A Rádio Vaticano pediu ao arcebispo de
Campobasso-Boiano, Dom Giancarlo Maria Bregantini, um comentário sobre a visita do
Santo Padre:
Dom Giancarlo Maria Bregantini:- "Foi uma visita grandiosa!
O Papa estava muito sereno e compenetrado; inclusive fisicamente estava muito bem!
Foi belo o que disse também a Gendarmaria vaticana (referindo-se à organização): "Vimos
a cordialidade do povo, bem como a atenção que teve, o cuidado com as coisas e o comportamento".
Os pronunciamentos do Papa foram muito bonitos, incisivos e proféticos."
RV:
O Papa iniciou sua visita encontrando o mundo do trabalho e da indústria. Na ocasião
ressaltou a realidade do desemprego, de sofrimento desta região do sul da Itália,
mas também encorajou a população local...
Dom Giancarlo Maria Bregantini:-
"A grande expectativa foi atendida. Tínhamos muitos espinhos no coração, muitas lágrimas
de empresas em dificuldade. O Santo Padre ofereceu três critérios decisivos para enfrentar
essa situação: o primeiro, dar sempre prioridade à gratuidade e não somente ao imediato,
ao comércio; segundo, estar muito unidos – quando se dirigindo aos jovens falou também
de solidariedade –, que não é uma expressão antiga, mas profética factível; e, terceiro,
a experiência da coragem, da qual a região do Molise tem grande necessidade, sabendo
que as soluções não vêm do alto, mas de baixo, trabalhando em sinergia com as forças
já existentes."
RV: O Papa disse: "Não poder levar o pão para casa tolhe
a própria dignidade"...
Dom Giancarlo Maria Bregantini:- "Esta foi uma
palavra que pronunciou tanto na universidade no encontro com o mundo do trabalho,
quanto no encontro com os jovens: dignidade. Na realidade, retomou passagens das Encíclicas
precedentes, pronunciando-as com um tom particular. O que nos surpreendeu em Castelpetroso
não foi a novidade em si, mas a veemência! Quando disse: "Há uma geração que corre
o risco de perder-se" e essa é a coisa grave! Esse é o apelo que é preciso fazer também
em nível europeu (...): ou aceitamos que devemos incluir novamente esta geração –
e, consequentemente, temos que ir além dos números – ou então seremos realmente, outra
vez, excludentes. Desse modo a Europa despencará." (RL)