2014-07-02 14:58:33

Globalização da indiferença continua a fazer vítimas no Mediterrâneo


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Cidade do Vaticano (RV) - Quarenta e cinco mortos, provavelmente asfixiados: este é o balanço oficial do resgate de um barco de pesca, socorrido pela guarda costeira italiana na última segunda-feira, entre a Líbia e a Sicília. A embarcação transportava 600 migrantes.

O drama deste ano é o mesmo de um ano atrás. No dia 8 de julho de 2013, Papa Francisco realizou sua primeira viagem e o destino escolhido por ele foi justamente a ilha de Lampedusa, no coração do Mediterrâneo.

Desde o começo do ano, mais de 60 mil pessoas chegaram à Itália pelo mar. Por isso, as palavras do Pontífice continuam mais atuais do que nunca.

Estes nossos irmãos e irmãs procuravam sair de situações difíceis, para encontrarem um pouco de serenidade e de paz; procuravam um lugar melhor para si e suas famílias, mas encontraram a morte. Quantas vezes outros que procuram o mesmo não encontram compreensão, não encontram acolhimento, não encontram solidariedade! E as suas vozes sobem até Deus.

Para o Pontífice, somos uma sociedade que esqueceu a experiência de chorar, de “padecer com”. A globalização da indiferença, afirmou, tirou-nos a capacidade de chorar!

Peçamos ao Senhor a graça de chorar pela nossa indiferença, de chorar pela crueldade que há no mundo, em nós, incluindo aqueles que, no anonimato, tomam decisões socioeconómicas que abrem a estrada aos dramas como este. Pedimos perdão pela indiferença por tantos irmãos e irmãs; pedimo-Vos perdão, Pai, por quem se acomodou, e se fechou no seu próprio bem-estar que leva à anestesia do coração; pedimo-Vos perdão por aqueles que, com as suas decisões a nível mundial, criaram situações que conduzem a estes dramas.

Depois da tragédia desta segunda-feira, a Organização Internacional para Migrações, OIM, está pedindo aos países europeus que forneçam mais recursos para operações de resgate no Mar Mediterrâneo.

A representante da OIM em Portugal, Marta Bronzin, contatada pela Rádio ONU confirma que a emergência continua: "São pessoas que fogem de contextos principalmente de guerras e de regimes totalitários. São da Síria, da Eritreia, da Somália. Estamos a falar de uma migração forçada. É uma migração de desespero. São pessoas que saem dos seus países empurrados por situações de violência extrema."

Clique acima para ouvir a reportagem completa.

(BF)







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