Pe. Neuhaus SJ: dor e pesar pela morte dos jovens judeus. É preciso colocar fim à
espiral de violência
Jerusalém (RV) – “Vivemos hoje uma imensa tristeza pelo que aconteceu ontem.
Uma tristeza que aumentou porque aumentava a esperança nestes dias pela sorte dos
três jovens. Estamos próximos às famílias e aos seus amigos, rezamos para que o Senhor
os ajude a viver, a seguir em frente e os console nesta grande dor que atingiu a todos”.
Com estas palavras de pesar o Vigário Patriarcal para os Católicos de língua hebraica
do Patriarcado Latino de Jerusalém, Padre David Neuhaus SJ, expressa o sentimento
dos cristãos da Terra Santa diante da morte de Eyal Yifrah, Gil-Ad Shayer e Naftali
Frenkel, três jovens judeus desaparecidos nas proximidades de Hebron e cujos corpos
sem vida foram encontrados nesta segunda-feira, 30 de junho, no povoado de Halhul.
Os três freqüentavam a escola rabínica de uma colônia judaica.
Diversos líderes
políticos israelenses atribuíram ao Hamas o tríplice homicídio e anunciaram duras
represálias. Durante as operações de busca aos três desaparecidos - conduzidas pelo
exército israelense -, foram mortos cinco palestino e mais de 400, a maioria ligada
ao Hamas, presa.
“Agora – declarou Pe. Neuhaus à Agência Fides – aumenta também
o medo pela reação. Vivemos dentro de um ciclo de violência que dura dezenas de anos
e tememos pelo preço que o povo palestino pagará. Esperamos e rezamos para que os
Chefes de Estado de Israel reajam com sabedoria e visão de futuro e não somente olhando
para o passado”. Segundo o Vigário patriarcal, a nova espiral de violência que parece
envolver a Terra Santa torna ainda mais atual os apelos à paz e à reconciliação lançados
pelo Papa Francisco durante a sua recente visita á Israel e Palestina.
“O Papa
– sublinhou Pe. Neuhaus – nunca disse que a paz já chegou. Não temos ilusões, sabemos
que a violência ainda predomina e o que fez o Papa foi justamente a tentativa de sugerir
e abrir alternativas a tudo isto. Nós que vivemos mergulhados neste ciclo de violência,
às vezes não conseguimos mais ver a possibilidade que tudo isto acabe. Trata-se, a
bem da verdade, de colocar juntos os inimigos. Devemos rezar para que esta situação
não dure permanentemente”. (JE)