"Mulheres do conforto" convidadas para participar da Missa com o Papa em Seul
Seul (RV) – O Arcebispo de Seul, Cardeal Andrew Yeom Soo-jung convidou as 54
sobreviventes coreanas pertencentes ao histórico grupo conhecido como "comfort women"
para participar na Missa pela paz e pela reconciliação a ser presidida pelo Papa Francisco,
em 18 de agosto, na Catedral de Myeongdong, em Seul. Foi o que informou o Porta-voz
da Arquidiocese da capital sul-coreana.
As "comfort women" ou “mulheres do
conforto” são mulheres que durante a Segunda Guerra Mundial foram levadas e mantidas
à força no Japão para servir como prostitutas aos soldados do Império do Sol Nascente.
Sobre
esta triste página da história ainda está aberto um duro contencioso entre Seul e
Tóquio, não obstante os pedidos formais de desculpa por parte do Japão, em 1993, pelo
acontecimento que feriu dramaticamente os direitos e a dignidade das mulheres coreanas.
Nos
anos que se seguiram à derrota do Japão, todavia, estas mulheres viveram em silêncio
com a cicatriz do sofrimento físico e emocional do período da escravidão, que para
muitas delas significou doença, esterilidade e traumas psicológicos. O final da guerra
e o período pós-bélico não colocaram fim ao seu sofrimento.
A imprensa sul-coreana
acredita ser muito provável uma mensagem especial ou uma saudação do Papa Francisco,
dirigida às “mulheres do conforto” presentes na missa.
As 54 “mulheres do conforto”,
quase todas com mais de 80 anos, ainda hoje – apesar do peso dos anos e da reticência
daqueles que negam tais pecados -, dão voz às 200 mil jovens, a maioria menores, que
foram recrutadas com uma esperança de futuro, que revelou-se mentiroso, durante o
segundo conflito mundial. (JE)