Mortes no Mediterrâneo: Centro Astalli pede resposta humanitária urgente
Roma - (RV) - Cerca de 30 pessoas foram encontradas sem vida no Canal da Sicília,
na Itália, a bordo de uma embarcação com 590 imigrantes, socorrida na noite deste
domingo, 29, por um navio da operação italiana denominada “Mar Nosso”. Amontoados
numa parte estreita do barco, os refugiados foram mortos, provavelmente, por asfixia.
“Esta
enésima tragédia mostra claramente qual é a realidade das viagens de quem foge das
guerras e perseguições”, comenta Padre Giovanni La Manna, presidente do Centro Astalli,
serviço dos Jesuítas para os refugiados na Itália. “Não morrem somente pelas condições
do mar, mas também pela superlotação das embarcações, sempre mais precárias, nas quais
traficantes sem escrúpulos embarcam a preços altíssimos centenas de pessoas. Uma experiência
que deixa um sinal também nos sobreviventes, muitas vezes um trauma até maior daquele
sofrido antes da partida,” afirma Padre Giovanni.
O Centro Astalli reitera
a urgência de instituir canais humanitários seguros para os que buscam asilo na Europa.
“O Conselho Europeu da semana passada foi a enésima ocasião desperdiçada”, complementa
o Padre Giovanni. “A operação “Mar Nosso” é um esforço importante, mas representa
apenas um primeiro passo. O verdadeiro desafio é encontrar alternativas legais e de
proteção, para salvar as vítimas inocentes das guerras e perseguições,” diz ele.
"Se
rapidamente a União Europeia não encontrar uma resposta eficaz para esta emergência
humanitária, se reduzirá a uma assembleia de estados preocupados em olhar somente
os seus interesses nacionais imediatos, incapazes de terem uma visão comum além das
próprias fronteiras. Além de desistir, renunciarão aqueles valores que estão na base
de suas constituições,” concluiu.(EF)