Papa não foi ao Policlínico Gemelli por uma leve indisposição. Card. Scola presidiu
à missa e leu homilia do Santo Padre
O Papa Francisco
não visitou nesta sexta-feira, dia 27, o Policlínico Agostino Gemelli, por ocasião
dos 50 anos da fundação da Faculdade de Medicina e Cirurgia da Universidade Católica.
Devido a uma repentina indisposição que impediu o Santo Padre de realizar esta visita,
a missa que estava programada foi presidida pelo Arcebispo de Milão, Cardeal Angelo
Scola, que é também presidente do Instituto Toniolo – entidade fundadora desta estrutura
hospitalar e de ensino. Os diretores, funcionários da instituição hospitalar e
doentes ali internados, bem como professores e estudantes da Universidade Católica
do Sagrado Coração, ficaram tristes com a ausência do Papa. Durante a missa, celebrada
na Praça dos Institutos Biológicos, o Cardeal Scola pronunciou a homilia preparada
pelo Santo Padre. Na sua homilia o Papa iniciou a sua reflexão dizendo que "Deus
afeiçoou-se a nós, escolheu-nos", e que este laço é para sempre, "não tanto porque
somos fiéis, mas porque o Senhor é fiel" e suporta as nossas infidelidades, lentidões
e recaídas. O Santo Padre afirma na sua homilia que Deus ama estabelecer ligações:
por amor estabelece aliança com Abraão, Isaac, Jacob e assim por diante. "Cria ligações;
ligações que libertam, que não obrigam". O Papa Francisco, na voz do Cardeal Scola,
enfatiza que hoje, em particular, "a fidelidade é um valor em crise”:
“Hoje
em particular a fidelidade é um valor em crise, porque somos induzidos a buscar sempre
a mudança, uma presumível novidade, negociando as raízes da nossa existência, da nossa
fé. Sem fidelidade às suas raízes, porém, uma sociedade não vai para a frente, pode
fazer grandes progressos técnicos, mas não um progresso integral, de todo o homem
e de todos os homens."
O Papa Francisco acrescenta que o sentido
da festa do Sagrado Coração de Jesus, que celebramos nesta sexta-feira, "é o de descobrir
sempre mais e de cobrir-nos com a fidelidade humilde e a mansidão do amor de Cristo,
revelação da misericórdia do Pai".
"Nós podemos experimentar e saborear
a ternura deste amor em todas as estações da vida: no tempo da alegria e no da tristeza,
no tempo da saúde e no da enfermidade e da doença. A fidelidade de Deus nos ensina
a acolher a vida como evento do seu amor e permite-nos testemunhar este amor aos irmãos
num serviço humilde e manso."
É o que são chamados a fazer especialmente
os médicos e os paramédicos desta Policlínica, que pertence à Universidade Católica
do Sagrado Coração – sublinhou o Papa Francisco. O Santo Padre concluiu a sua homilia
deixando algumas interpelações aos presentes:
"Como é meu amor pelo
próximo? Sei ser fiel? Ou sou volúvel, sigo os meus humores e as minhas simpatias?
Cada um de nós pode responder na sua própria consciência. "Mas, sobretudo, podemos
dizer ao Senhor: Senhor Jesus, fazei o meu coração semelhante ao Vosso, repleto de
amor e de fidelidade."
No final da tarde desta sexta-feira, o Director
da Sala de Imprensa da Santa Sé, P. Federico Lombardi, divulgou uma nota onde confirmou
a agenda do Papa Francisco para sábado, 28 e domingo 29. “Não existem motivos de preocupação
com a saúde do Papa”, afirmou o P. Lombardi. (RS)