Brasília (RV) - A Igreja no Brasil lança um novo alarme para a Amazônia. O
grito tem início em Roraima, o Estado do Norte da grande bacia fluvial na fronteira
da Guiana e da Venezuela, contra a política de exploração de recursos naturais. Numa
mensagem de denúncia, foi realçado que o atual «modelo econômico deixou cicatrizes
profundas: desigualdade social e injustiça ambiental; um modelo que beneficia poucos
enquanto o impacto, em muitos casos irreversível, pesa sobre os ombros das comunidades
indígenas e camponesas».
O documento intitulado: «Mineração e Hidrelétricas
em Terras Indígenas», redigido por uma comissão instituída pelo bispo de Roraima,
Dom Roque Paloschi, que também o assinou, foi publicado no site da CNBB.
Não
se trata de um texto genérico sobre o meio ambiente, mas de um pronunciamento que
chama em causa «dezenas de projetos de usinas hidrelétricas de médias e grandes dimensões
que impedem o curso dos rios que formam a bacia amazônica». Segundo o prelado, o impacto
ambiental de alguns projetos grandes é «incalculável e irreversível, já comprovado
por estudos científicos e pela experiência resultante de projetos realizados anteriormente».
Um impacto com consequências «muito graves» na vida de comunidades indígenas estabelecidas
há séculos ao longo dos cursos dos rios, sobretudo para as mais isoladas. (SP)