2014-06-26 19:24:38

Defensores dos direitos humanos pedem respeito à liberdade religiosa na República do Laos


Vientiane (RV) - Registra-se um novo caso de violação à liberdade religiosa no Laos, onde aumentam cada vez mais as restrições das autoridades – centrais e locais – às minorias, em particular, aos cristãos.

Dias atrás, mas o fato veio a público somente agora (reporta a agência missionária AsiaNews), o chefe do vilarejo de Saisomboon, situada na província de Savannakhét – centro-sul do país –, impediu a cerimônia fúnebre e a sepultura de uma mulher recentemente convertida, que veio a falecer dia 22 deste mês.

Além disso, a polícia deteve alguns líderes cristãos da região que queriam participar das exéquias. Por fim, os parentes foram obrigados a participar de um rito fúnebre budista e a assistir – impotentes – à sepultura da mulher no cemitério local, onde não há nenhum espaço ou símbolos reservados aos cristãos.

O fato, segundo denunciam ativistas da Human Rights Watch for Laos Religious Freedom (Hrwlrf), verificou-se no mesmo vilarejo em que, em maio passado, três estudantes cristãs foram impedidas de fazer o exame escolar do final de ano por causa de sua fé.

Na manhã de 22 de junho a senhora Chan, mãe de oito filhos, quatro dos quais já casados, faleceu por causas naturais; a mulher, com toda a família, se havia convertido dois meses atrás. Trata-se da quinta família no vilarejo de Saisomboon a abraçar a fé cristã, e, por isso, as autoridades começaram a atingir com freqüência os fiéis da minoria religiosa.

As autoridades locais impuseram aos parentes da mulher que renegassem o cristianismo, voltando à fé budista. Todavia, os familiares se opuseram reiterando sua fé em Cristo e o propósito de celebrar um funeral cristão, segundo os ditames da mãe.

Além de fazerem pressão sobre a família, os responsáveis pela administração local – com a cumplicidade da polícia – prenderam vários líderes cristãos dos vilarejos vizinhos, os quais se haviam apresentado para participar das exéquias. Como último ato, e em desrespeito à fé da mulher, o chefe do vilarejo impôs um funeral budista e ordenou a sepultura no cemitério local.

Ativistas dos direitos humanos lançaram um apelo ao governo do país do sudeste asiático a fim de que respeite a liberdade religiosa e os tratados internacionais subscritos no passado em tema de direitos civis. Ademais, pedem punições exemplares aos que agiram em contraste com a lei e o direito.

Desde quando os comunistas conquistaram o poder em 1975, com a consequente expulsão dos missionários estrangeiros, que a minoria cristã no Laos se encontra sujeita a fortes restrições e evidentes limites para a prática do culto.

A maioria da população (67%) é budista. Num total de seis milhões de habitantes, os cristãos são 2% aproximadamente, dos quais, 0,7% católicos.

Os casos mais comuns de perseguições por motivo religioso verificam-se contra a comunidade cristã protestante: recentemente, a agência AsiaNews documentou casos de cidadãos privados do alimento por causa de sua fé, bem como de pastores detidos pelas autoridades.

As restrições tornaram-se ainda maiores a partir de abril de 2011, quando houve uma violenta repressão dos protestos feitos por alguns grupos pertencentes à minoria étnica Hmong. (RL)







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