2014-06-25 11:38:46

Audiência: ser cristão é pertencer e viver na Igreja


RealAudioMP3 Cidade do Vaticano (RV) - Mais de 40 mil peregrinos, apesar do tempo instável, lotaram esta manhã a Praça S. Pedro para a Audiência Geral, a última deste mês de junho.

Agora, o encontro público das quartas-feiras do Papa com os fiéis será retomado em agosto, após o tradicional período de repouso do verão europeu.

De fato, devido ao calor e à ameaça de chuva, Francisco saudou os doentes antes do início da Audiência, na Sala Paulo VI, rezando com eles uma Ave-Maria. Já em meio à multidão, na Praça, o Pontífice prosseguiu o ciclo de catequeses sobre a Igreja, falando da pertença do cristão ao corpo eclesial.

Não estamos isolados, cada um vivendo sua identidade por conta própria, explicou Francisco. “Se o nome é ‘sou cristão’, o sobrenome é ‘pertenço à Igreja’. A nossa identidade é pertença.”

Nesse sentido, prosseguiu o Papa, nosso sentimento é de gratidão por aqueles que nos precederam e nos acolheram na Igreja.

Ninguém se torna cristão sozinho. Não é criado em laboratório. É parte de um povo que vem de longe. Se cremos, é porque outros, antes de nós, viveram a fé e a transmitiram.” Todos nós temos um familiar ou um pároco que nos introduziu nesta família, ensinando-nos a base da nossa fé. No caso de Francisco, ele contou que se lembra sempre de uma freira que lhe ensinou o catecismo.

Este caminho, recordou, pode ser vivido não somente graças a outras pessoas, mas com outras pessoas.

Na Igreja, não existe o ‘agir por si’, não existem jogadores na função de “líbero”. Quantas vezes o Papa Bento descreveu a Igreja como um “nós” eclesial! Às vezes, alguém diz que acredita em Deus, em Jesus, mas não na Igreja; que considera possível ter uma relação pessoal, direta, imediata com Cristo fora da comunhão e da mediação da Igreja. Trata-se de tentações perigosas e nocivas. São, como dizia Paulo VI, dicotomias absurdas”, disse o Papa, reconhecendo todavia quão exigente possa ser o “caminhar junto” devido ao comportamento de alguns irmãos.

Mas o Senhor confiou a sua mensagem de salvação a pessoas humanas; e é nos nossos irmãos e irmãs, com seus dons e limites, que Ele nos vem ao encontro e se faz reconhecer. E isso significa pertença à Igreja.

O Pontífice concluiu pedindo a Nossa Senhora que nos conceda a graça de jamais cair na tentação de pensar que podemos prescindir dos outros e da Igreja, salvando-nos sozinhos. “Pelo contrário, não podemos amar a Deus sem amar os irmãos, fora da Igreja; não se pode estar em comunhão com Ele sem estar em comunhão com a Igreja, e só podemos ser bons cristãos com todos aqueles que tentam seguir o Senhor Jesus, como um só povo, um único corpo.

Após a catequese, o Papa saudou os inúmeros grupos oriundos de vários países. Aos lusófonos, disse: "Com cordial afeto, saúdo todos os peregrinos de língua portuguesa, em especial o grupo brasileiro de Nossa Senhora da Consolata, em São Manoel, e os fiéis do Santuário de Nossa Senhora do Porto, em Portugal. Irmãos e amigos, estais em boas mãos, estais nas mãos da Virgem Maria. Ela vos proteja da tentação de prescindir dos outros, de pôr a Igreja de lado, de pensar em salvar-vos sozinhos. Rezai por mim! Que Deus vos abençoe!"

(BF)







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