Cidade do Vaticano (RV) – Prossegue a avançada das milícias jihadistas sunitas
no oeste do Iraque, que neste domingo tomaram mais três cidades e duas passagens de
fronteira. E enquanto o premier iraquiano Nuri al- Maliki está cada vez mais isolado,
do Egito o Secretário de Estado norte-americano Kerry adverte: “a insurreição no Iraque
é uma ameaça para todo o Oriente Médio”.
A ofensiva dos milicianos sunitas
parece não encontrar obstáculos no oeste do Iraque. No final de semana avançaram em
direção das fronteiras com a Síria e a Jordânia, ocupando mais três cidades - al-Qaim,
Rawa e Aana – e duas passagens de fronteria, uma com a Síria e a outra com a Jordânia;
essa última blindada pelas autoridades de Amã.
Pelo menos 21, segunda testemunhas,
as pessoas justiçadas a sangue frio. As conquistas foram favorecidas pela retirada
do exército de Bagdá, definida uma ação tática pelas autoridades militares. Portanto,
cresce o território controlado pelo Estado islâmico do Iraque e do Levante, que quer
construir um Estado novo entre a Síria e o Iraque.
Assim cresce a pressão seja
interna, seja dos Estados Unidos sobre o premier iraquiano al-Maliki, a quem é pedido
a formação imediata de um novo governo que inclua todas as etnias do país. Kerry em
visita ao Egito e Jordânia advertiu “a insurreição iraquina é uma ameaça para toda
a região”. Entretanto, aumenta o número de deslocados que fugiram das primeiras cidades
conquistas pelos fundamentalistas: Mosul, Tikrit, Kirkuk. Sobre a situação humanitária,
a Rádio Vaticano ouviu o Responsável UNICEF para o Iraque, Marzio Babille:
R.
O UNICEF, a partir de Erbil, predispôs diversos grupos para analisar e dar uma resposta
imediata às necessidades das crianças, mulheres e famílias, e de um número importante
de deslocados de Mosul, Tikrit e de outras áreas da parte central que são disputadas
pelos milicianos. Em particular, falamos de cerca 400 mil pessoas e podemos estimar
que pelo menos 180 mil são crianças. Nós chegamos a Telkief, para onde se retirou
também o Arcebispo de Mosul, com quem coordenamos uma assistência importante, porque
nesta região existe a convergência de grande parte dos cristãos de Mosul; nesta mesma
área temos também famílias de minorias étnico-religiosas; assíria, yazirika e a comunidade
shabaki. Estas comunidades foram já perseguidas no passado e, portanto, fugiram do
conflito em andamento em Mosul e nas áreas vizinhas, encontrando refúgio em regiões
protegidas pelas tropas curdas que avançaram, colocando em segurança alguns territórios.
Segundo
o responsável do UNICEF Iraque as emergência principais são duas: a água, que neste
momento a onda de calor é muito elevada com temperaturas entre 44 e 46 graus centígrados;
e a segunda, dinheiro, pois essas populações fugiram sem nada, fugiram somente com
a roupa do corpo, e aqueles que tinham um pouco de recursos, está terminando. (SP)