2014-06-23 14:01:05

Iraque: continua a avançada dos milicianos


Cidade do Vaticano (RV) – Prossegue a avançada das milícias jihadistas sunitas no oeste do Iraque, que neste domingo tomaram mais três cidades e duas passagens de fronteira. E enquanto o premier iraquiano Nuri al- Maliki está cada vez mais isolado, do Egito o Secretário de Estado norte-americano Kerry adverte: “a insurreição no Iraque é uma ameaça para todo o Oriente Médio”.

A ofensiva dos milicianos sunitas parece não encontrar obstáculos no oeste do Iraque. No final de semana avançaram em direção das fronteiras com a Síria e a Jordânia, ocupando mais três cidades - al-Qaim, Rawa e Aana – e duas passagens de fronteria, uma com a Síria e a outra com a Jordânia; essa última blindada pelas autoridades de Amã.

Pelo menos 21, segunda testemunhas, as pessoas justiçadas a sangue frio. As conquistas foram favorecidas pela retirada do exército de Bagdá, definida uma ação tática pelas autoridades militares. Portanto, cresce o território controlado pelo Estado islâmico do Iraque e do Levante, que quer construir um Estado novo entre a Síria e o Iraque.

Assim cresce a pressão seja interna, seja dos Estados Unidos sobre o premier iraquiano al-Maliki, a quem é pedido a formação imediata de um novo governo que inclua todas as etnias do país. Kerry em visita ao Egito e Jordânia advertiu “a insurreição iraquina é uma ameaça para toda a região”. Entretanto, aumenta o número de deslocados que fugiram das primeiras cidades conquistas pelos fundamentalistas: Mosul, Tikrit, Kirkuk. Sobre a situação humanitária, a Rádio Vaticano ouviu o Responsável UNICEF para o Iraque, Marzio Babille:

R. O UNICEF, a partir de Erbil, predispôs diversos grupos para analisar e dar uma resposta imediata às necessidades das crianças, mulheres e famílias, e de um número importante de deslocados de Mosul, Tikrit e de outras áreas da parte central que são disputadas pelos milicianos. Em particular, falamos de cerca 400 mil pessoas e podemos estimar que pelo menos 180 mil são crianças. Nós chegamos a Telkief, para onde se retirou também o Arcebispo de Mosul, com quem coordenamos uma assistência importante, porque nesta região existe a convergência de grande parte dos cristãos de Mosul; nesta mesma área temos também famílias de minorias étnico-religiosas; assíria, yazirika e a comunidade shabaki. Estas comunidades foram já perseguidas no passado e, portanto, fugiram do conflito em andamento em Mosul e nas áreas vizinhas, encontrando refúgio em regiões protegidas pelas tropas curdas que avançaram, colocando em segurança alguns territórios.

Segundo o responsável do UNICEF Iraque as emergência principais são duas: a água, que neste momento a onda de calor é muito elevada com temperaturas entre 44 e 46 graus centígrados; e a segunda, dinheiro, pois essas populações fugiram sem nada, fugiram somente com a roupa do corpo, e aqueles que tinham um pouco de recursos, está terminando. (SP)








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