A Semana do Papa – uma síntese das principais atividades de 16 a 22 de junho
Dia 16 O
Papa Francisco recebeu em audiência na segunda-feira, dia 16, os participantes no
Congresso “Investing for the Poor” (‘investir para os pobres’), organizado pelo Conselho
Pontifício Justiça e Paz. Nas palavras que lhes dirigiu, o Papa elogiou esta iniciativa
de investimento responsável e de solidariedade para com os pobres e excluídos, que
estuda formas inovadoras de investimento que possam trazer benefícios às comunidades
locais e ao meio ambiente, para além de um lucro justo. Recebeu também na manhã
de dia 16 o arcebispo de Cantuária Justin Welby, Primaz da Comunhão Anglicana. O Papa
Francisco declarou pedir ao Senhor para que este encontro contribua para reforçar
os elos de amizade e o empenho pela grande causa da reconciliação e da comunhão entre
os crentes em Cristo.
Dia 17 Na manhã de terça-feira dia 17 o Papa Francisco
em Santa Marta afirmou que: “Os corruptos matam e a única saída possível é o arrependimento”:
“A
primeira coisa na definição de corrupto é que é alguém que rouba, alguém que mata.
A segunda coisa: o que acontece aos corruptos? ...porque exploraram os inocentes,
aqueles que não podem defender-se e fizeram-no com luvas brancas, à distância, sem
sujarem as mãos. A terceira coisa: há uma saída para os corruptos? Sim! ‘Quando ouviu
tais palavras, Acab rasgou as suas vestes e vestiu um saco sobre o seu corpo e jejuou’...
Começou a fazer penitência.”
No final da manhã de terça-feira,
dia 17, o Papa Francisco recebeu os 280 membros do Conselho Superior da Magistratura
Italiana e pediu-lhes isenção e prudência no exercício dos seus cargos:
“Entre
todas as qualidades, a que é dominante, específica do magistrado, é a prudência: uma
virtude que leva a ponderar com serenidade as razões de direito e de facto que devem
estar na base do juízo.”
Dia 18 Na audiência geral de quarta-feira,
dia 18 de junho, o Papa Francisco propôs o início de um novo ciclo de catequeses que
terá como tema a Igreja. Desde logo, o Santo Padre deixou claro que a Igreja não é
uma ONG mas uma família aberta a toda a humanidade:
“... hoje começo
um ciclo de catequeses sobre a Igreja. É um pouco como um filho que fala da própria
mãe, da própria família. A Igreja não é uma instituição com um fim em si própria ou
uma ONG, nem muito menos se deve restringir ao clero e ao Vaticano... A Igreja é uma
realidade mais ampla, que se abre a toda a humanidade.”
A Igreja foi
fundada por Jesus Cristo, mas a sua preparação na história começou muito antes – sublinhou
o Papa Francisco. Com Abraão, Deus dá início a um povo que levará a sua bênção a todas
as famílias da terra. Um povo no qual nascerá Jesus.
“O Senhor sustente as
pessoas e as instituições que trabalham com generosidade para assegurar aos refugiados
acolhimento e dignidade dando-lhes motivos de esperança.”
Dia 19 No final
da tarde de quinta-feira, dia 19, o Papa Francisco presidiu à Missa da Solenidade
do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, na Basílica de S. João de Latrão e afirmou
que o alimento que nos nutre verdadeiramente e que nos sacia é apenas aquele que nos
dá o Senhor:
“Mas o alimento que nos nutre verdadeiramente e que nos
sacia é apenas aquele que nos dá o Senhor! O alimento que nos oferece o Senhor é diferente
dos outros e talvez não nos pareça tão gostoso como certas comidas que nos oferece
o mundo. Então sonhamos outras refeições, como os hebreus no deserto, os quais tinham
saudades da carne e das cebolas que comiam no Egito, mas esqueciam que aquelas refeições
comiam-nas à mesa da escravidão.”
O Santo Padre questionou se queremos
comer na mesa do Senhor ou na escravidão e chamou a atenção para a procissão com o
Santíssimo Sacramento que se seguiu à Missa afirmando que a Hóstia consagrada é o
nosso maná mediante o qual o Senhor nos dá a si próprio:
“A Ele nos dirigimos
com confiança: Jesus, defende-nos das tentações da comida mundana que nos torna escravos:
é alimento envenenado; purifica a nossa memória, para que não fique prisioneira na
seletividade egoísta e mundana, mas seja memória viva da sua presença ao longo da
historia do seu p ovo, memória que se faz memorial do seu gesto de amor redentor.”
Dia 20 O Papa Francisco recebeu no dia 20, sexta-feira, no Vaticano os participantes
num congresso internacional organizado pela LUMSA, uma universidade de inspiração
católica sediada em Roma. O tema desse congresso foi a liberdade religiosa segundo
o direito internacional e o conflito global dos valores. O Santo Padre na mensagem
que dirigiu na ocasião considerou que é “incompreensível e preocupante que, ainda
hoje, subsistam no mundo discriminação e restrições de direitos, pelo simples facto
de se pertencer e professar publicamente uma determinada fé”. Afirmou mesmo ser inaceitável
esta realidade:
“É inaceitável que persistam até mesmo autênticas perseguições
por motivos de pertença religiosa! Isto ofende a razão, atenta contra a paz e humilha
a dignidade do homem!”
Também na sexta-feira, dia 20, o Papa Francisco
recebeu os participantes da Conferência Internacional de Luta Contra a Droga. Na alocução
que propôs afirmou o seu não enérgico à droga:
“A droga não se vence com a
droga! A droga é um mal, e com o mal não pode haver cedências ou compromissos”.
Logo
pela manhã bem cedo na sexta-feira, dia 20, o Papa Francisco na Missa matinal na Capela
da Casa de Santa Marta afirmou que Jesus quer que o nosso coração seja livre do dinheiro,
da vaidade e do poder. O Santo Padre declarou o amor, a paciência, o serviço aos outros
e a adoração a Deus como sendo os tesouros luminosos que nos permitem ter um coração
livre e apontou o dinheiro, a vaidade e o poder como os tesouros terrenos que nos
roubam a liberdade escravizando o coração:
“ Aqui está a mensagem
de Jesus. Se o teu tesouro está nas riquezas, na vaidade, no poder, no orgulho, o
teu coração será acorrentado ali! O teu coração será escravo das riquezas da vaidade,
do orgulho. E aquilo que Jesus quer é que nós tenhamos um coração livre. Esta é a
mensagem de hoje. Por favor, tenham um coração livre, diz-nos Jesus. Fala-nos na liberdade
do coração. E ter um coração livre pode-se ter apenas com os tesouros do céu: o amor,
a paciência, o serviço aos outros, a adoração a Deus. Estas são as verdadeiras riquezas
que não são roubadas. As outras riquezas pesam no coração, acorrentam-no, não lhe
dão liberdade!”
Dia 21 No sábado 21 de junho o Papa Francisco fez
uma visita pastoral ao sul de Itália, mais concretamente à cidade de Cassano allo
Ionio na região da Calábria. Ali, numa terra marcada pelo fenómeno da Mafia, o Santo
Padre encontrou-se com presos, doentes, crianças, padres, idosos e jovens. Na missa
conclusiva da visita celebrada com a participação de uma imensa multidão o Papa Francisco
afirmou, na homilia da solenidade do Corpo de Deus, que a máfia é a "adoração do mal
e o desprezo pelo bem comum". “Nós adoramos o Senhor nosso Deus!. Quando se adora
o dinheiro abre-se caminho ao pecado, ao interesse pessoal e à prepotência.”
Dia 22 No domingo dia 22 de junho o Papa Francisco no Angelus Dominical recordou
que no próximo dia 26 de Junho celebra-se o Dia das Nações Unidas para as Vítimas
da Tortura, e exprimiu a sua forte e firme condenação de todos tipos de tortura no
mundo:
“Por esta circunstância, reitero a minha firme condenação de qualquer
forma de tortura e convido os cristãos a empenharem-se para colaborar na sua abolição
e para apoiar as vítimas e os seus familiares. Torturar as pessoas é um pecado mortal,
um pecado muito grave!”
E com o Angelus deste domingo terminamos esta
síntese das principais atividades do Santo Padre que foram notícia de 16 a 22 de junho.
Esta rubrica regressa na próxima semana sempre aqui na RV em língua portuguesa. (RS)
Foto:
Papa pronunciando homilia, domingo, em Síbari, na visita à diocese de Cassano, Calábria