Ban Ki-moon volta a pedir o embargo de armas na Síria
“A Síria é um Estado falido e as recentes eleições presidenciais não conseguiram respeitar
nem mesmo os padrões mínimos para uma votação credível", disse nesta quinta-feira
em Nova York o secretário-geral da ONU Ban Ki-moon, que renovou o seu apelo aos países
membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas para estabelecer um embargo das
armas na Síria.
"A guerra na Síria não pode ser vencida militarmente,
mas as partes devem sentar-se à mesa das negociação". Quem o afirma mais uma vez é
o Secretário Geral da ONU, para quem a Síria é cada vez mais um Estado falido" e
é "irresponsável" continuar a dar-lhe apoio militar. Ban Ki moon lançou, portanto,
um apelo ao Conselho de Segurança da ONU, para que estabeleça um embargo de armas
na Síria: "exorto os Estados membros a realizar tal acção mesmo individualmente",
disse Ban, dadas as persistentes divergências dentro do próprio Conselho. As últimas
eleições no país foram para o Secretário-Geral "mais um golpe para o processo político",
não respeitaram nem mesmo os padrões mínimos para uma votação credível mas, disse
ele, "nenhuma parte é inocente na guerra síria". E’ dever da comunidade internacional,
reiterou Ban Ki Moon, não abandonar o povo da Síria a uma onda de crueldade e guerra
sem fim" e forneceu números dramáticos: as vítimas do conflito poderiam ser mais de
150 mil, 11 milhões de cidadãos são deslocados, mais de 2 milhões e meio os refugiados
registados. "Todos os dias, concluiu Ban Ki Moon, são levadas a cabo indescritíveis
torturas e execuções sumárias, e a gente está a morrer de fome e de doenças infecciosas".
O
último grave episódio de violência, relatado pela agência do estatal Sana e atribuido
aos rebeldes, o "carro-bomba que explodiu na quinta-feira na província de Hama, no
centro da Síria, resultou em 34 vítimas e 50 feridos. Entretanto, o Estado Islâmico
do Iraque e do Levante, o grupo jihadista que nos últimos dias conquistou Mosul no
Iraque e tem já sob o seu controle a província setentrional de Raqqa, nas últimas
horas teria tomado o controle também de três cidades no leste da Síria.